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Pequenos municípios enfrentam dificuldades para contratar médicos

Há dois anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil contava com uma população de mais de 204 milhões de habitantes e com 399.692 médicos, índice de 1,95 profissional por mil habitantes. Porém, o número cai sens

Da Redação

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Hospital Maternidade de Lunardelli: município é exceção
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Hospital Maternidade de Lunardelli: município é exceção
Escrito por Da Redação
Publicado em 18.10.2017, 07:10:00 Editado em 17.10.2017, 20:21:25
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Há dois anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil contava com uma população de mais de 204 milhões de habitantes e com 399.692 médicos, índice de 1,95 profissional por mil habitantes. Porém, o número cai sensivelmente nos pequenos municípios. Na 22ª Regional de Saúde de Ivaiporã, por exemplo, os 16 municípios da área de abrangência tinham população aproximada 138 mil habitantes e podiam contar com o serviço de apenas 144 médicos, menos de 1 médico por mil habitantes. 
O município de Lidianópolis que tem população estimada de 3.662 habitantes, até recentemente tinha apenas dois médicos. Porém, neste mês, a prefeitura conseguiu contratar outro profissional. Porém, segundo o secretário de Planejamento e administração, Aparecido Buzato, no geral, os pequenos municípios têm muitas dificuldades de conseguir esse profissionais. 
“Hoje quase todos os médicos, quando se formam, querem fazer uma especialização. Então eles preferem ganhar menos numa cidade maior, porque lá estão perto do curso de especialização. Quando terminam essa etapa, geralmente preferem continuar nas cidades maiores, onde eles acreditam ter mais campo de trabalho e maior qualidade de vida”, relata Buzato. 
Nesta semana, com a contratação de mais um profissional pela Prefeitura de Lidianópolis, já foi possível até a implantação do plantão no Posto de Saúde. “Agora, a população poderá ser melhor atendida até às 23 horas. Consultas, mesmo aquelas de rotina e as emergências, poderão ser feitas aqui no Posto de Saúde”, assinala Buzato. Para poder implantar o servi;o, a Prefeitura está investindo com a equipe aproximadamente R$ 30 mil. “Quem ganha são os pacientes que terão um atendimento mais ágil”, comemora Buzato.

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20 HORAS
De acordo com o prefeito de Godoy Moreira, José Gonçalves (PSDB), o enfrentamento para as contratações de médicos e outros profissionais especializados é complexo, não havendo soluções únicas e isoladas, sendo necessárias intervenções da União e do Estado para fortalecer os municípios menores. 
“Um dos problemas que enfrentamos é com a lei. Nenhum profissional pode ganhar mais que o prefeito. Mas qual médico vai fazer um concurso para ganhar menos que um prefeito de cidade pequena? São seis anos de faculdade e pelo menos mais dois anos para se especializar. A única solução que encontramos é contratar por 20 horas semanais. Só que as 20 horas não dá nada, se fizer dois plantões já foi”, reclama José Gonçalves. Hoje Godoy Moreira, conta com três médicos para atender 3.178 habitantes. 

Lunardelli é exceção na região
A maioria dos médicos que trabalham em cidades pequenas com menos de 30 mil habitantes, geralmente são itinerantes, ou seja, são contratados para trabalharem 20 horas semanais e exercem a profissão em várias cidades. Na contramão da maioria desses municípios Lunardelli, com população estimada de 5.095 habitantes, tem quatro médicos e todos residem no município. 
Para o médico Célio Pinto de Carvalho, ex-prefeito e atual vice-prefeito de Lunardelli, morador da cidade há 44 anos, o que atrai os profissionais a trabalharem e fixar residências nas pequenas cidades é a condição de trabalho e uma boa remuneração.
“Médico não quer ir para um lugar, onde não tem um raio-x, um ultrassom, ele não tem como. Hoje, um profissional sair e ir trabalhar em um local onde não tem como resolver nada, ele se sente imprestável. Eu mesmo quando cheguei aqui só fiquei porque já havia o hospital”, relata Carvalho. 
Outro fator que fez com que Carvalho fixasse residência em Lunardelli, foi passar em um concurso público do Estado, em 1981. Carvalho acredita que a contratação pelo Governo Estadual ou Federal, com remuneração dentro dos padrões da classe, seria uma solução para a falta de médico nos pequenos municípios. 
“O PSF é uma das formas que tem segurado um pouco, já que o contrato é de 40 horas, para atender rural e urbano, e nas horas vagas dar plantões em hospitais. Mas o ideal seria a contratação do médico público. Inclusive, os conselhos regionais de medicina estão reivindicando a retomada do cargo público de médico com remuneração pelo estado ou união”, completa Carvalho.

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