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IAP descarta poluição no Lago Jaboti

O resultado dos laudos técnicos feitos pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) com base em amostras coletadas no último mês, revelaram que a água do Lago Jaboti, em Apucarana, não apresenta a presença de nenhuma substância poluente. A hipótese de que

Da Redação

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IAP descarta poluição no Lago Jaboti, em Apucarana
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IAP descarta poluição no Lago Jaboti, em Apucarana
Escrito por Da Redação
Publicado em 31.07.2010, 07:42:00 Editado em 27.04.2020, 20:59:02
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O resultado dos laudos técnicos feitos pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) com base em amostras coletadas no último mês, revelaram que a água do Lago Jaboti, em Apucarana, não apresenta a presença de nenhuma substância poluente. A hipótese de que o local pudesse estar poluído foi levantada depois que uma considerável quantidade de peixes da espécie conhecida como tilápia apareceram mortas.

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“Esta hipótese negativa desde o início foi contestada pela Secretaria de Meio Ambiente e Turismo da Prefeitura de Apucarana, que agora está oficialmente descartada com o resultado dos laudos”, assinalou o prefeito João Carlos de Oliveira (PMDB), que recebeu a informação do secretário da pasta, João Batista Beltrame (Joba), na manhã desta sexta-feira (30/07) durante a reunião que realiza todas as sextas-feiras no gabinete municipal com todo seu “staff”. Uma cópia do resultado também está sendo encaminhada aos conselheiros municipais de Meio Ambiente. A causa mais provável da mortandade deve ter sido mesmo uma “inversão térmica”, uma vez que embora tenham outras espécies de peixes no local, apenas a tilápia – as maiores e mais frágeis – foi vitimada.

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A qualidade da água do Lago Jaboti é monitorada pelo município e IAP de forma ininterrupta desde o ano de 2004. “A água no local está em perfeito estado de balneabilidade, dentro do que se espera de um lago urbano, utilizado para embelezar a cidade. Os valores encontrados nos testes se encaixam nos padrões de qualidade de águas doces”, assinala Joba. Ele comunica que os laudos com todos os resultados das análises encontram-se na Sematur e estão à disposição daqueles que tiverem interesse ou qualquer questionamento sobre a análise e comparação de dados. De acordo com ele, os resultados foram todos tabulados de forma simples com a ajuda do estagiário Diogo Henrique Mikiewski, acadêmico da Universidade Estadual do Centro Oeste e que está cursando o último ano de Engenharia Ambiental. “Ele realizou um comparativo dos principais parâmetros utilizados para análise de água no Lago Jaboti e os descreveu de forma simples e objetiva para fácil compreensão de todos”, informa o secretário.


Para leitura dos resultados foi utilizada a Resolução 357/2005 do CONAMA, norma que estabelece os parâmetros de qualidade da água e, segundo a sua classificação, os enquadra em classes. “Na análise comparativa referente aos dados obtidos no Lago Jaboti pelo IAP ao longo dos últimos 6 anos, pode-se notar que a qualidade apresentada nos dados obtidos foi satisfatória. Em momento algum houve uma disparidade grande dos dados, sendo que estes são facilmente influenciados pelo clima, quantidade de chuvas, força dos ventos, temperatura, dentre outros elementos”, explica o estagiário da Sematur.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Sematur) funciona na Rua Lapa, 324 – Telefone 3423-0142/3424-2633.

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Abaixo cópia do estudo comparativo feito pela Sematur e
encaminhado aos conselheiros municipais de Meio Ambiente

Parceiro (a) Conselheiro (a),

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De posse dos laudos do IAP referentes às análises de água realizadas no Lago Jaboti, durante o período de 2004 a 2010, venho através deste, onde utilizei-me dos préstimos do estagiário Diogo Henrique Mikiewski, acadêmico da Universidade Estadual do Centro Oeste localizada em Irati/PR, que está cursando o último ano de Engenharia Ambiental, onde o mesmo realizou um comparativo dos principais parâmetros utilizados para análise de água no Lago Jaboti e os descreveu de forma simples e objetiva para fácil compreensão de todos.
Após leitura e análise dos resultados obtidos nos laudos, foi utilizado como parâmetro de comparação a Resolução 357/2005 do CONAMA, uma vez que a mesma estabelece os parâmetros de qualidade da água e segundo a sua classificação os enquadra em classes, sendo assim de fácil entendimento e remetendo a todos segurança para poder comparar e analisar a água do Lago Jaboti, confirmando a sua qualidade em relação aos parâmetros utilizados.

Análise Comparativa referente aos
Dados obtidos no Lago Jaboti
Qualidade da água
Ano 2004-2010

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Segundo constatações feitas através de análises realizadas pelo IAP no Lago Jaboti ao longo dos últimos 6 anos, pode-se notar que a qualidade apresentada nos dados obtidos foi satisfatória, uma vez que em momento algum houve uma disparidade muito grande dos dados, sendo que estes são facilmente influenciados pelo clima, quantidade de chuvas, força dos ventos, temperatura, dentre outros elementos.
Por se tratar de um lago urbano utilizado apenas para embelezar a cidade de Apucarana/PR, já que este não tem fins de pesca, nado, abastecimento urbano, os valores encontrados são valores que se encaixam nos Padrões de Qualidade de águas doces, segundo a Resolução do CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento e efluentes, sendo que quanto mais preponderante o seu uso maior deve ser a qualidade requerida no corpo hídrico.
Classificação da água doce com alguns parâmetros principais:

I - classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

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- OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2;
- DBO 5 dias a 20°C até 3 mg/L O2;
- pH: 6,0 a 9,0.
- Nitrogênio amoniacal total: 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤8,5
- Coliformes Fecais: não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

- OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/L O2;
- DBO 5 dias a 20°C até 5 mg/L O2;
- pH: 6,0 a 9,0.
- Nitrogênio amoniacal total: 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤8,5.
- Coliformes Fecais: não deverá ser excedido um limite de 1000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral.

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IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.

- OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/L O2;
- DBO 5 dias a 20°C até 10 mg/L O2;
- pH: 6,0 a 9,0.
- Nitrogênio amoniacal total: 2,2 mg/L N, para 8,0 < pH ≤8,5
- Coliformes Fecais: não deverá ser excedido um limite de 2500 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral.

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V - classe 4: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.

Lago Jaboti:
- OD: 9,95 mg/L O2
- DBO 5 dias a 20°C: 3 mg/L O2
- pH: 8,3
Nitrogênio amoniacal total: 0,65 mg/L N
- Coliformes Fecais: 12 coliformes tolerantes/100ml

Oxigênio Dissolvido:
O oxigênio se dissolve nas águas naturais proveniente da atmosfera, devido à diferença de pressão parcial. É um dos parâmetros mais importantes para avaliar as condições naturais da água e detectar impactos ambientais como eutrofização e poluição orgânica das águas. Do ponto de vista ecológico, o oxigênio dissolvido é uma variável extremamente importante, pois é necessário para a respiração da maioria dos organismos que habitam o meio aquático. Geralmente o oxigênio dissolvido se reduz ou desaparece, quando a água recebe grandes quantidades de substâncias orgânicas biodegradáveis encontradas, por exemplo, no esgoto doméstico, em certos resíduos industriais, no vinhoto, e outros. Os resíduos orgânicos despejados nos corpos d’água são decompostos por microorganismos que se utilizam do oxigênio na respiração. Assim, quanto maior a carga de matéria orgânica, maior o número de microorganismos decompositores e, conseqüentemente, maior o consumo de oxigênio. A morte de peixes em rios poluídos se deve, portanto, à ausência de oxigênio e não à presença de substâncias tóxicas.
Como já mencionado anteriormente o Lago Jaboti é utilizado apenas para harmonia paisagística, pesca amadora, e foram encontrados valores de oxigênio dissolvido (OD) de aproximadamente 10 mg/L, quantidade excelente para a comunidade aquática ali presente, valor este que chegou a 4,3 mg/L em análise feita em Maio/2007, valor muito preocupante à época. Pode-se afirmar com segurança que devido à elevada quantidade de OD no lago a quantidade de matéria orgânica despejada no local é insignificante perto do volume que representa o lago Jaboti, uma vez que, assim como em todo o país, ainda existem despejos clandestinos, entretanto com uma fiscalização ainda mais efetiva este número tende a melhorar cada vez mais.
Demanda Biológica do Oxigênio (DBO)
A expressão Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), utilizada para exprimir o valor da poluição produzida por matéria orgânica oxidável biologicamente, corresponde à quantidade de oxigênio que é consumida pelos microorganismos do esgoto ou águas poluídas, na oxidação biológica, quando mantida a uma dada temperatura por um espaço de tempo convencionado. Essa demanda pode ser suficientemente grande, para consumir todo o oxigênio dissolvido da água, o que condiciona a morte de todos os organismos aeróbios de respiração subaquática.
O valor de DBO encontrado nesta última análise realizada foi de 3 mg/L, o que remete à todos uma quantidade aceitável de matéria orgânica, já que a DBO representa a quantidade de oxigênio necessário pelas bactérias aeróbias para degradar a matéria orgânica através de reações biológicas e químicas, e como pode-se notar a quantidade de oxigênio dissolvido é bastante significativa no corpo hídrico e este valor de DBO chegou a 8 mg/L em Julho/2008 sugerindo que de alguma forma havia a entrada indevida e elevada de matéria orgânica, o que com maior controle e fiscalização ao longo do tempo chegou à um valor aceitável atualmente.
pH (potencial hidrogeniônico)
O termo pH é usado universalmente para expressar o grau de acidez ou basicidade de uma solução, ou seja, é o modo de expressar a concentração de íons de hidrogênio nessa solução. A escala de pH é constituída de uma série de números variando de 0 a 14, os quais denotam vários graus de acidez ou alcalinidade. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento de acidez, enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade.
As medidas de pH são de extrema utilidade, pois fornecem inúmeras informações a respeito da qualidade da água. O pH obtido foi de 8,3, sendo que este valor desde o ínicio do monitoramento sempre variou entre 7 e 8,5, este deve-se a uma presença um pouco mais incipiente de hidroxilas (OH-), tornando o local um pouco mais básico, o que não afeta a fauna e flora do lago.
Coliformes
O rio é habitado, normalmente, por muitos tipos de bactérias, assim como por várias espécies de algas e de peixes. Essas bactérias são importantíssimas porque, alimentando-se de matérias orgânicas, são elas que consomem toda a carga poluidora que lhe é lançada, sendo assim as principais responsáveis pela auto-depuração, ou seja, limpeza do rio.
Porém, quando o rio recebe esgotos, ele passa a conter outros tipos de bactérias que não são da água e que podem ou não causar doenças às pessoas que beberem dessa água. Um grupo importante, dentre elas, é o grupo das bactérias coliformes.
O número de coliformes encontrados na análise de Junho/2010 foi a menor desde que se iniciou o monitoramento do local, em Julho/2004, demonstrando que a qualidade do lago está satisfatória.
Nitrogênio Amoniacal
O dado um pouco mais preocupante foi devido à medição de nitrogênio amoniacal no Lago Jaboti, onde foi encontrado um valor de 0,65 mg/L, valor aceitável para o uso que o lago é designado, porém em quantidades excessivas causa a fertilização das águas, servindo de nutrientes para as plantas e, consequentemente, para o crescimento excessivo de plantas aquáticas, principalmente as algas. De acordo com as condições existentes na água a amônia pode acumular-se na água ou transformar-se em nitrito e/ou nitrato pela ação de bactérias aeróbias, onde este processo é conhecido como nitrificação, assim a concentração excessiva de amônia é tóxica para a vida aquática, sendo que na forma não ionizada (NH3) mesmo em baixas concentrações, podem ser fatais para os peixes, pois afetam o sistema nervoso central do animal reduzindo sua capacidade de consumir oxigênio e diminuindo sua resistência a doenças.


O que pode ser feito?

Segundo estudos, uma forma de redução do nitrogênio amoniacal é através da inserção de aeradores no lago, onde estes podem ser através de chafarizes, através de canos de PVC colocados no fundo do lado injetando oxigênio, para que desta forma ocorra a aeração desde o fundo (hipolimnio) até a superfície do lago (epilimnio), para desestratificação do mesmo.
Outra maneira de se melhorar ainda mais a qualidade do lago Jaboti é através de intervenções na cabeceira da nascente e no decorrer dos afluentes, para que assim os resultados obtidos posteriormente possam ser ainda mais satisfatórios e restritivos, protegendo ainda mais o local e aqueles que o freqüentam.
Ainda, devem ser feitos monitoramentos constantes no lago Jaboti e nos seus afluentes para que com ajuda de parceiros como Sanepar, IAP, Força Verde, UFTPR, possam-se manter a qualidade satisfatória do local, e ainda promover estudos para possivelmente melhorar ainda mais todos os requisitos necessários para seu bom funcionamento.


Portanto segundo a Resolução CONAMA 357/2005 pode-se concluir através de dados técnicos que os valores encontrados no lago Jaboti são valores excelentes, uma vez que eles se encaixam na classificação de Corpos de Água Doce classe 1, o que o torna hábil até para abastecimento público mediante tratamento simples dessa água.

Acadêmico: Diogo Henrique Mikiewski, formando em Engenharia Ambiental

OBS: Os laudos com os resultados das análises encontram-se na SEMATUR, e estão à disposição de todos aqueles que tiverem interesse e qualquer questionamento sobre a análise e comparação de dados feitas pelo Diogo Henrique Mikiewski.

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