O soldado Antonio Ricardo do Prado, de 39 anos, que era lotado no 10º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Apucarana, foi sepultado por volta das 11h30 deste sábado (30), no Cemitério Cristo Rei, com honras militares. Em clima de grande comoção e com chuva, uma salva de tiros foi dada antes do sepultamento no mausóleu da PM.
O soldado estava há mais de 15 anos na corporação e foi assassinado a tiros ao reagir a uma tentativa de roubo, na madrugada de sexta-feira (2), em Maringá. Os assassinos fugiram e ainda não foram localizados pela polícia. Ricardo estava de folga no dia trágico e, conforme colegas de farda, supostamente prestava segurança privada (ver box) em um posto de combustível na cidade. A informação foi repassada por amigos de Ricardo, que optaram pelo anonimato. Ele deixa viúva e um filho menor.
O CRIME - O assassinato de Ricardo aconteceu na cidade de Maringá. O autor do latrocínio (roubo seguido de morte) fugiu de motocicleta, junto com um comparsa. Até as 11h30 deste sábado não havia informação sobre a prisão dos criminosos.
De acordo com a PM, dois ladrões armados renderam um frentista e tentavam assaltar a loja de conveniência do Posto Americana, na PR-317, quando Ricardo teria tentado intervir. Conforme a polícia, ele foi baleado na cabeça, morreu no local e teve sua a arma de fogo roubada pelos assaltantes.
O corpo do soldado foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Maringá para exame de necropsia. Antonio Ricardo do Prado prestava serviço no módulo da Praça Rui Barbosa, no centro de Apucarana. Ricaro havia ingressado na Polícia Militar do Paraná há mais de 15 anos.
"Ele estava na loja de conveniência do posto quando dois homens de capacete chegaram de moto, um deles rendeu um frentista, entrou no local e deu voz de roubo. O Ricardo teria tentado reagir e acabou morto com três tiros - um deles no olho esquerdo. Os criminosos roubaram o dinheiro do caixa do posto, o revólver do PM e depois fugiram de moto, tomando rumo ignorado", relatou o sargento Nunes, do Centro de Operaçôes Policiais Militares (Copom) de Apucarana.
Colegas afirmam que soldado fazia bico
Colegas do soldado morto que pediram para não ter a identidade divulgada confirmaram que o PM estava de folga e prestava segurança privada (popularmente chamada de bico) no posto quando foi assassinado, apesar deste tipo de prática ser proibida pela legislação policial militar. O comando do 10ºBPM ainda não se manifestou de forma específica sobre a questão.
"Essa prática já de direito consuetudinário (dos costumes, hábito comum) dos policiais militares, principalmente entre os praças da corporação (sargentos, cabos e soldados). Eles fazem isso para complementar o orçamento familiar nos períodos de folga, sem interferir na qualidade do serviço prestado como PM", explicou um policial da reserva que optou pelo anonimato. Ele lembrou que categoria luta por aprovação de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) (ver box) no Congresso Nacional, que libera subsídios para aumentar os salários dos policiais.
NOTA - O 10º BPM divulgou uma nota na manhã de sexta-feira (2) lamentando a morte do policial que acabou assassinado por ladrões.
Leia a íntegra - "É com profundo pesar que a Central de Operações (Copom) do 10º Batalhão de Polícia Militar de Apucarana informa que o soldado Antonio Ricardo do Prado (Soldado Ricardo), que prestava seus serviços à comunidade Apucaranense, foi morto por volta das 4 horas desta madrugada (02/04), após reagir a uma tentativa de assalto, no Posto Americana, PR 317, na cidade de Maringá".
Policiais lutam pela aprovação da PEC 300
Proposta de Emenda Constitucional que propõe a criação de um piso salarial único para os policiais e bombeiros militares, a PEC 300 poderá ser votada em breve. Esta é a expectativa do deputado federal Elismar Prado (PT), membro da comissão especial que analisa a proposta. A isonomia salarial dos servidores militares estaduais é um tema discutido nacionalmente.
Prado enfatizou que objetivo da PEC é devolver a dignidade a estes profissionais. Durante a audiência, o deputado explicou que a proposta não é uma questão política e sim de Estado, por isso todos os governadores serão cobrados, independentemente do partido.
São necessários 308 votos favoráveis para que a PEC seja aprovada.
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