O aumento do número de crimes contra a vida no primeiro trimestre de 2010, em Apucarana, mostra que a violência está tão presente no município quanto no ano passado. De acordo com um levantamento da Tribuna, já foram registrados sete homicídios na cidade, sendo seis somente até março. Trata-se do dobro de ocorrências contabilizadas pela polícia nos três primeiros meses de 2009. No ano todo, foram 10 homicídios e dois latrocínios.
O número de pessoas feridas em tentativas de homicídio também chama atenção. Pelo menos 13 já foram baleadas neste ano e cinco, esfaqueadas.
A maioria dos crimes aconteceu na região norte do município, em bairros como o Núcleo Habitacional Dom Romeu Alberti, Jardim Diamantina e Parque Bela Vista. Também houve ocorrências na Vila Regina, Conjunto Charles Chaplin, na região nordeste, e Vila Brasil e Estrada do Biloti, ambas na região sudoeste de Apucarana.
Para o comandante do 10° Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente coronel Ronaldo Maciel de Oliveira, a problemática está ligada ao tráfico de drogas. “É uma questão sazonal, como os furtos. Quando conseguimos desbaratar quadrilhas, a situação fica calma. Mas, quando há disputa entre os envolvidos, os homicídios acontecem”, diz.
Ele sustenta que ações para coibir a atuação de traficantes na região já estão sendo feitas, mas que a ocorrência de crimes contra a vida é praticamente imprevisível para a PM.
O delegado chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP), Gabriel Marcello Botelho Junqueira Filho, assinala que a intensificação de investigações tem possibilitado a apreensão de mais entorpecentes no município. Nessa semana, por exemplo, duas pessoas foram presas com mais de um quilo de cocaína. Pelo menos mais 36 pessoas já foram detidas neste ano por envolvimento com o tráfico de drogas.
“O trabalho está sendo feito, tanto que as prisões estão acontecendo. De todos os homicídios registrados até o momento, também já elucidamos pelo menos cinco”, analisa o delegado.
Tráfico deve ser combatido
O prefeito de Apucarana, João Carlos de Oliveira (PMDB), reconhece que o número de homicídios já dobrou no município neste primeiro trimestre. Ele antecipa que a Prefeitura deve investir ao longo do ano em mais segurança. “Estamos melhorando a Guarda Municipal, com o aumento dos profissionais e viaturas e investindo na ampliação do número de câmeras de monitoramento eletrônico”, pontua.
Ele lembra, entretanto, que a problemática do tráfico precisa ser combatida com urgência. “Pelo que vemos, a maioria das vítimas estavam envolvidas de alguma forma com os entorpecentes”, argumenta.
O presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública (Conseg), tenente Antonio Glênio de Oliveira Machado, acredita que a violência deve ser contida com o apoio das famílias.
“Isso é um problema social, pedagógico, psicológico e que pertence à diversas áreas. Mas, além das ações do poder público, é necessário que a população seja uma multiplicadora de ações da polícia. A sociedade também deve assumir seu papel na formação de seus filhos”, avalia.
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