A ausência de terceiras faixas nos cerca de 60 quilômetros da BR-376 entre Apucarana e Mauá da Serra gera a maior parte das infrações de trânsito cometidas por motoristas de veículos leves e também responde pelos maiores riscos do trecho. Relativamente curto, o trajeto registra uma média de fluxo de 6 mil veículos por dia.
Esta é a opinião de caminhoneiros, usuários constantes da pista e testemunhas diárias dos abusos e excessos no trecho. “Ultrapassagem pela direita, pelo acostamento, é direto. É comum. Os motoqueiros então, são os que mais fazem isto”, diz o carreteiro Rivaldo Reis Figueiredo, 39 anos.
Sem opção de ultrapassar, os motoristas de carros e caminhões vazios perdem a paciência de ficar atrás dos veículos lentos. “Ai saem para ultrapassar em curva, em faixa contínua. Alguns nem entendem os sinais que a gente dá e tentam podar na hora errada”, diz o carreteiro Júlio César Pereira, 45.
Segundo eles, em média, o trajeto deveria durar cerca de 60 minutos, mas é feito geralmente em 90 minutos. “Se sairmos com a ideia de 1 hora de viagem, chegamos atrasados para carregar. Se fosse duplicado, seria tranquilo para todos os viajantes”, opina outro carreteiro, Sérgio Bernardes, 45.
Os motoristas ouvidos pela reportagem conduzem bi-trens, veículos com cerca de 70 toneladas de carga. “Nesta rodovia simples, que tem muita curva e subida não conseguimos desenvolver velocidade, quando pegamos embalo, temos que reduzir por causa de curvas. Travamos os que vem atrás”, admite Sérgio Bernardes.
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