Elas levantam às 5 horas da manhã, preparam o café da família, arrumam os filhos que vão para a escola, deixam o almoço pronto e seguem também para as atividades do dia a dia na roça, juntamente com seus maridos. Quando retornam no final da tarde para casa, depois de um dia debaixo de um sol fustigante, ainda vão tratar dos animais e cuidar dos afazeres domésticos.
Assim é o cotidiano da maioria das mulheres rurais, não só do Vale do Ivaí como de outras regiões do Paraná e do País. Se a dupla jornada da mulher que vive na cidade não é fácil, para quem mora no campo. Se sobra trabalho, falta reconhecimento.
Além da inexistência de leis trabalhistas específicas para elas, a sociedade também costuma deixar o trabalho feminino no campo à margem de políticas públicas. “A gente trabalha na roça porque precisa e porque gosta”, diz Zilda Aparecida Miranda Massoleto, 32 anos, que concedeu a entrevista enquanto almoçava a marmita feita na madrugada sob à sombra de um pé de café, ao lado do marido Romildo Massoleto, 34 anos, e da filhinha Raíssa Fernanda, 5 anos. Zilda é uma das muitas mulheres rurais de Cambira que conciliam as tarefas do lar com o trabalho no campo.
No Sítio São Francisco, no bairro Santa Luzia, o casal trabalha há sete anos como porcenteiro de uma lavoura com 8 mil pés de café. Assim como o marido, Zilda capina, rastela e colhe café. Ele sabe como ninguém levantar uma peneira para abanar a palha dos grãos.
Antes de ir para o trabalho pela manhã, Zilda já deixa tudo preparado para levar, no meio da tarde, a filha até a cabeceira da propriedade, onde passa o ônibus do transporte escolar. Enquanto isso, sua sogra Vilma, 77 anos, prepara o almoço que é levado em marmitas para o trabalho. “Eu fui nascida e criada na roça e gosto de trabalhar na lavoura”, afirma Zilda.
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