O cenário político esperado esta quinta-feira, 30, era o da polarização de narrativas. De um lado, retornou ao Brasil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma temporada de três meses nos Estados Unidos; e do outro, a tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ofuscar o rival ao fazer a primeira aparição pública após diagnóstico de pneumonia. Levantamento da empresa Quaest mostra qual lado da polarização política alcançou melhor resultado.
De acordo com o levantamento, com a divulgação do arcabouço fiscal, o governo obteve 10 mil mais menções que a volta de Bolsonaro, que alcançou aproximadamente 483 mil citações. Os dados também mostram que a maior parte delas (44%) foram negativas, um total de 213 mil. O algoritmo de classificação da Quaest mostrou ainda que o ex-chefe do Executivo teve 40% das mensagens positivas.
Além de ter alcançado um número menor de menções que o governo Lula, a chegada de Bolsonaro no País também atingiu um patamar menor do que outros episódios de grande repercussão envolvendo o ex-presidente. Segundo o levantamento, no dia 7 de setembro de 2022, ele mobilizou quase 680 mil menções, sendo 45% delas positivas. Na sua ida aos Estados Unidos, as citações chegaram a 520 mil, com 40% positivas. A pesquisa então conclui que Bolsonaro tem perdido protagonismo nas redes sociais ao mesmo tempo em que a comparação entre os eventos mostra um cenário de perda de volume de publicações sobre o ex-presidente.
O retorno de Bolsonaro
O ex-presidente retornou ao País com um discurso de líder da oposição, embora tenha contado com uma recepção aquém das expectativas no aeroporto de Brasília. Pouco tempo após desembarcar, ele criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar que os petistas "não vão fazer o que bem querem com o destino da nossa Nação".
Lula escalou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), para comentar o retorno do ex-presidente. Segundo Padilha, a recepção montada por apoiadores de Bolsonaro "flopou", termo comumente utilizado nas redes sociais para se referir a eventos frustrantes ou que não atingiram as expectativas.
A outra - e principal - cartada do governo foi usar o mesmo dia de retorno do ex-presidente para apresentar a proposta do governo de nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos, que desde 2017 atrela o crescimento das despesas à inflação. A expectativa dessa nova medida era aguarda com grande expectativa pelo mercado.
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