O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a Venezuela, regime autoritário contestado pela maioria do mundo ocidental. "A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim", disse o petista em entrevista à Rádio Gaúcha.
Ainda assim, Lula declarou que gosta de democracia e a exerce com plenitude. "O mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia", argumentou o presidente. "O que não está correto é a interferência de um país dentro de outro", acrescentou, para tentar se distanciar das críticas à Venezuela. "Quem quiser derrotar o (presidente da Venezuela, Nicolás) Maduro, derrote nas próximas eleições e assuma o poder. Vamos lá fiscalizar. Se não tiver eleição honesta, a gente fala".
Em relação a um outro aliado de esquerda altamente contestado, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, Lula garantiu que vai conversar com ele para resolver "os problemas da Igreja". O regime autoritário da Nicarágua faz perseguição a padres católicos.
Na entrevista, o presidente ainda voltou a defender o financiamento de obras no exterior, como na Argentina, medida criticada em outros governos petistas. "Quando a gente financia obras no exterior, está exportando engenharia". Lula garantiu que Venezuela e Cuba, porém, vão pagar dívidas de obras financiadas no passado e também ressaltou que o governo vai promover PPPs "como jamais foi feito".
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