MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

Toffoli diz não se arrepender de ter aberto inquérito das fake news

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira, 11, que não se arrepende do chamado "inquérito das fake news". O rol de investigados inclui o presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e parlamentares aliados do gover

Rayssa Motta e Pepita Ortega (via Agência Estado)

·
Escrito por Rayssa Motta e Pepita Ortega (via Agência Estado)
Publicado em 11.11.2022, 21:50:00 Editado em 11.11.2022, 21:56:23
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira, 11, que não se arrepende do chamado "inquérito das fake news". O rol de investigados inclui o presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e parlamentares aliados do governo.

continua após publicidade

"Eu não me arrependo do inquérito que foi muito criticado, em março de 2019, que eu abri para investigar as fake news e os seus financiadores, muitos financiando inverdades para atacar as instituições democráticas, em especial o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional", disse o ministro na palestra de encerramento do Congresso Nacional das Sociedades de Advogados.

A investigação sobre notícias falsas, ataques e ameaças a instituições democráticas foi aberta pelo ministro em 2019, quando ele era presidente do STF, com base em um artigo do regimento interno do tribunal e sem requisição do Ministério Público. O plenário referendou a decisão em julgamento no ano seguinte.

continua após publicidade

O inquérito virou alvo de críticas porque o STF acumula papeis de vítima, acusador e julgador. Desde a sua criação, a investigação foi prorrogada cinco vezes e chegou a ser apelidada de "inquérito do fim do mundo" - expressão cunhada pelo ministro aposentado Marco Aurélio Mello, o único a votar contra a investigação por considerar que o Judiciário não poderia agir sem ser provocado.

Toffoli disse que um dos maiores desafios para o Judiciário é encontrar os limites para a liberdade de expressão diante das fake news. O ministro afirmou que atores sociais e políticos "buscam abrigo na liberdade de expressão para cometer crimes" e defendeu a necessidade de "enfrentar as narrativas que se colocam contra a ciência, a racionalidade e as instituições".

Exposição

continua após publicidade

Toffoli reconheceu que o STF passa por um momento de "superexposição", mas em sua avaliação o tribunal não tem buscado protagonismo na vida política do País. O ministro acredita que o Supremo virou uma "espécie de árbitro de tudo" porque há uma judicialização exagerada e rechaçou a ideia de "ativismo judicial". Ele lembrou, por exemplo, do julgamento extraordinário no plenário virtual para decidir se o Brasil poderia sediar a Copa América. "O Supremo Tribunal Federal é demandando sobre tudo e a todos", disse.

O ministro reconheceu, no entanto, que a corrida ao tribunal gera um "desgaste" para o STF. Para Toffoli, o Poder Judiciário "paga o preço" ao "mediar tensões, frear abusos de agentes públicos e privados, sustentar bases constitucionais da convivência democrática, as liberdades fundamentais e os direitos de minorias".

Apesar da exposição, Toffoli disse que o Judiciário soube "repelir com energia" os ataques antidemocráticos e contribuiu para "manter a paz social". Ele também disse que o sistema de Justiça brasileiro sai fortalecido dos embates recentes e que o Supremo Tribunal Federal "mais acertou do que se equivocou".

continua após publicidade

"Mesmo com as incompreensões e com a alta exposição", afirmou. "O Judiciário brasileiro exerceu um protagonismo que não buscou, mas atuou com firmeza, responsabilidade e prudência. Assim se manteve em sintonia com as sensibilidades, animosidades e urgências que marcam os tempos atuais e contribuiu sim para manter a paz social. Não foi fácil mantê-la, mas ela foi sim mantida."

Eleição

O ministro também comentou os ataques infundados sobre a segurança do sistema eleitoral, que ele chamou de um "falso problema".

Toffoli ainda falou sobre os protestos que sucederam a eleição. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro chegaram a bloquear estradas após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele chamou de "inédito" o "nível de crispação social" e pregou a "reconstrução de laços, de estruturas e de regras de convivência".

"Nós não podemos deixar a sociedade brasileira nos extremos. É necessário que o centro segure a sociedade brasileira e coloque o pêndulo no seu lugar, com disposição para o diálogo, para a reconciliação em todos os níveis", defendeu. "É hora de voltar a dialogar e propor caminhos construtivos a partir de reflexões críticas e não da leitura apressada de um tuíte ou de um arquivo recebido no WhatsApp."

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

Deixe seu comentário sobre: "Toffoli diz não se arrepender de ter aberto inquérito das fake news"

O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
Compartilhe! x

Inscreva-se na nossa newsletter

Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!