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'Tocadores de obras' ganham espaço

No reajuste de rota que fez na condução do governo, mirando o projeto de reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro tirou o foco das "estrelas do time", que dominaram a primeira fase de sua gestão, e passou a dar destaque a dois ministros chamados de

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.09.2020, 12:00:00 Editado em 01.09.2020, 12:07:50
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No reajuste de rota que fez na condução do governo, mirando o projeto de reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro tirou o foco das "estrelas do time", que dominaram a primeira fase de sua gestão, e passou a dar destaque a dois ministros chamados de "tocadores de obras da Esplanada". Enquanto o superministro da Economia, Paulo Guedes, coleciona batalhas internas perdidas, Tarcísio de Freitas, titular do Ministério da Infraestrutura, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, veem o prestígio político aumentar no Palácio do Planalto.

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A dupla costuma ser elogiada por Bolsonaro pela capacidade de fazer entregas justamente no momento em que ele trabalha para aumentar a popularidade fora da bolha da internet e planeja ao menos uma viagem por semana, mas não quer chegar de "mãos vazias".

A despeito dos atritos com Guedes - batizado no início do governo de "Posto Ipiranga" -, Tarcísio e Marinho são reconhecidos pelo presidente, segundo interlocutores do governo, por "resolverem mais problemas do que criam".

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Em um mês, Bolsonaro fez 12 viagens a 11 Estados nos quais adotou ritmo de campanha e gestos típicos de candidato, como posar com chapéu na cabeça, em busca do seu eleitorado. Em cinco desses trajetos, ele estava acompanhado de Marinho. O giro pelo Brasil começou no dia 30 de julho com uma viagem a Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, onde o presidente entregou parte da segunda etapa do sistema de abastecimento de água. Nesta semana, há a previsão de uma viagem para o Vale do Ribeira. Marinho, mais uma vez, deve acompanhá-lo.

Água para o Nordeste, aliás, virou prioridade para Bolsonaro, que quer aumentar sua popularidade no Nordeste, região até então considerada reduto petista. Natural do Rio Grande do Norte, Marinho é visto como um político habilidoso, com capacidade de ajudar o presidente nessa aproximação.

Eleito deputado federal por três vezes, Marinho iniciou o governo como secretário especial de Previdência e Trabalho. Trabalhava ao lado de Guedes até ser promovido ao primeiro escalão, em fevereiro.

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No mesmo intervalo de um mês, Tarcísio acompanhou o presidente apenas em uma viagem. Desde o início da gestão, foram 12. Na quinta-feira passada, esteve com Bolsonaro no Paraná visitando obras de ampliação do Aeroporto de Foz do Iguaçu e para o lançamento da pedra fundamental da duplicação da BR 460.

Tarcísio é protagonista frequente das redes sociais do presidente com as ações da pasta, como pavimentação e duplicação de estradas. Anteontem, Bolsonaro postou um trecho de vídeo do ministro no qual ele rebate crítica de que o atual governo tem entregue obras de gestões anteriores, mas não iniciado nenhum investimento. No sábado, o ministro que comanda a Infraestrutura também já havia sido destaque na timeline do presidente em outro vídeo, desta vez falando sobre o leilão dos terminais do Porto de Santos.

Para manter o ritmo de visitas diante de um cálculo político, na semana passada Bolsonaro deu aval para destinar R$ 6,5 bilhões do Orçamento ao Plano Pró-Brasil de retomada dos investimentos, como mostrou o Estadão/Broadcast. Desse total, R$ 3,3 bilhões serão indicados diretamente pelos parlamentares. Os ministérios do Desenvolvimento Regional e da Infraestrutura devem receber R$ 1,6 bilhão cada. Outra derrota para Guedes, que queria limitar o envio a R$ 4 bilhões.

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Gastos

A rusga ficou explícita na reunião ministerial de 22 de abril, quando Guedes fez duras críticas ao Plano Pró-Brasil, coordenado pela Casa Civil, com as principais ações tocadas pelas pastas do Desenvolvimento Regional e da Infraestrutura.

O ápice do estremecimento ocorreu quando Guedes disse, no mês passado, que auxiliares dispostos a convencer Bolsonaro a furar o teto de gastos poderiam levá-lo para o caminho de um impeachment. "Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a ministros fura-teto. Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com o ministro fura-teto", avisou o titular da Economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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