A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, acaba de chegar à Heliópolis, onde participa do evento Favela no Mapa, uma ação conjunta da Central Única das Favelas (Cufa), do DataFavela e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Heliópolis é uma comunidade com 220 mil habitantes. O objetivo da ação é levar os recenseadores às comunidades para completar o Censo Demográfico nas favelas brasileiras.
A ação já vem sendo realizada em outras comunidades de todo o País. A operação Favela no Mapa representa um esforço concentrado por parte de recenseadores e supervisores do IBGE nas maiores favelas das 26 capitais e do Distrito Federal para percorrer as áreas que ficaram sem coleta dentro dessas comunidades. Há 11.403 favelas em todo o País. Boa parte dos moradores de todas as favelas brasileiras já foi recenseada dentro do prazo regulamentar do Censo 2022, que começou em agosto do ano passado e foi concluído em 28 de fevereiro deste ano. Mas, de acordo com o presidente do DataFavela, Renato Meirelles, no Brasil a média de lares recenseados é de 98%. "Queremos que 98% das favelas também sejam recenseadas. As favelas não podem ficar para trás", disse Meirelles em entrevista ao Broadcast.
De acordo com o presidente de DataFavela, a ação se faz necessária porque há uma dificuldade muito grande de os recenseadores não só de entrarem nas comunidades como de obter as informações. Isso porque a maioria dos moradores das favelas são beneficiários de programas sociais do governo e tem medo de perder seus benefícios ao fornecerem informações ao IBGE. "Precisamos conscientizar as pessoas que quanto mais dados o IBGE e o governo tiverem sobre as vidas delas, mais e melhores políticas públicas serão adotadas para o próprio bem da população", disse o presidente do DataFavela.
Sobre a participação da ministra Simone Tebet no evento, Meirelles disse ser de extrema importância porque a ministra representa o braço do governo federal que cuida do planejamento dos recursos voltados para as políticas públicas.
Outro ponto da ação destacado pelo presidente do DataFavela é a criação da "Operação Corujão", uma ação para que os recenseadores do IBGE possam entrar e sair das favelas com segurança durante à noite. "A maioria dos moradores das comunidades trabalha à noite e não tem como receber o IBGE em suas casas durante o dia", disse Meirelles.
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