O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) aprovou com ressalvas nesta quarta-feira, 29, as contas dos ex-governadores João Doria (sem partido) e Rodrigo Garcia (PSDB). A análise considera o exercício de 2022.
O parecer segue agora para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Cabe aos deputados dar a palavra final sobre a aprovação ou a desaprovação das contas.
As ressalvas feitas pelos conselheiros do TCE têm relação com as renúncias fiscais do governo. Desde 2015, o tribunal pressiona a abertura da caixa-preta fiscal e acusa falta de transparência na concessão dos benefícios.
Os conselheiros, mais uma vez, afirmam que o governo não informou com clareza valores e setores beneficiados. As renúncias fiscais chegaram a R$ 53 bilhões em 2022.
O tribunal interrompeu o julgamento, na semana passada, alegando que não tinha informações suficientes para tomar uma decisão. O governo compartilhou novos documentos, mas uma análise preliminar dos técnicos do TCE não encontrou os dados necessários.
"Não se tem, ainda, certeza se nos documentos recebidos as perguntas obterão respostas", destacou o conselheiro Antonio Roque Citadini. "O governo só tem justificativa para deixar de receber determinado montante de recurso, se apresentar qual ou quanto isto gerou de benefício para a sociedade."
A Corte de Contas decidiu adiar a análise das renúncias fiscais, que serão julgadas em conjunto com as contas do exercício de 2023, do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). "A análise não é tão simples, porque é um trabalho, nesse momento, quase de garimpagem de dados", justificou Citadini.
Os conselheiros também aprovaram, por unanimidade, um acompanhamento permanente sobre tributos que deixarem de ser arrecadados em função de benefícios concedidos pelo Estado. O monitoramento terá início ainda neste ano.
"Nossos questionamentos não foram atendidos, mas sou otimista. Creio que, a partir de agora, com as informações sendo acompanhadas de forma permanente, temos um caminho promissor em andamento", afirmou Sidney Beraldo, presidente do TCE.
O tribunal também proibiu, já a partir de 2023, o uso de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para o pagamento de inativos.
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