O senador Jorge Seif (PL-SC) usou o plenário do Senado Federal nesta terça-feira, 7, para pedir desculpas aos eleitores por ter ido ao show da cantora Madonna, realizado na Praia de Copacabana no último sábado, 4. Seif, que é aliado do ex-presidente (PL), explicou que foi ao evento após um pedido feito pela esposa e não esperava por cenas que não representam os "valores judaico-cristãos".
"Eu fui a um show, no qual não representa alguns valores nossos, e as pessoas se sentiram decepcionadas comigo. Quando nós decepcionamos as pessoas e nos conscientizamos que erramos, nós precisamos fazer algo que é ensinado na Bíblia Sagrada, que é pedir perdão. De forma nenhuma eu estava ali desrespeitando o povo do Rio Grande do Sul e nem desrespeitando o povo de Santa Catarina e nem homenageando questões que nós não sabíamos que ocorreriam", afirmou Seif.
Segundo Seif, a ida de Madonna diante da tragédia que acomete o Rio Grande do Sul decepcionou os seus eleitores catarinenses. "Nós representamos valores, representamos bandeiras e temos posições e, no último sábado, eu decepcionei o meu eleitorado", disse.
Além de Seif, outros parlamentares aliados de Bolsonaro foram ao show da rainha do pop. Estavam na Praia de Copacabana o governador Cláudio Castro (PL), que foi um dos financiadores do evento, o advogado e ex-assessor do presidente Fábio Wajngarten, e o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda.
Outros representantes bolsonaristas como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o pastor Silas Malafaia, questionaram a apresentação de Madonna,
O mais inflamado foi Nikolas, que chamou Madonna de "satanista" e criticou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por agradecer a uma homenagem feita a ela na apresentação da cantora pop. "No dia em que bebês estavam boiando mortos no RS, você tira seu tempo pra agradecer Madonna colocando uma foto sua em telão? Uma cristã agradecendo uma satanista? Você é a definição de mentira", escreveu o deputado.
Jorge Seif tem o mandato em risco, já que está sendo julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por uma acusação de abuso de poder econômico durante as eleições de 2022. A análise da Corte foi adiada na semana passada, após o ministro Floriano de Azevedo Marques, relator do processo, pedir mais provas para decidir o destino político do senador catarinense.
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