Em seu último dia de campanha eleitoral, o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) pediu para os eleitores buscarem virar votos "incansavelmente" nas próximas 24 horas e comparou o pleito municipal com as eleições presidenciais de 2022.
"Vocês lembram como foi a do Lula há dois anos? Foi ali voto a voto, a bacia das almas. Essa eleição vai ser desse jeito", disse o psolista durante um breve discurso aos moradores da comunidade de Heliópolis, na tarde deste sábado, 26.
Mais cedo, o adversário Ricardo Nunes (MDB) esteve na região, que tem sido bastante disputada pelos dois candidatos. Durante a caminhada, moradores que apoiam o atual prefeito ligaram uma caixa de som na janela, atrapalhando o carro que tocava os jingles de Boulos. Um morador comentou que o psolista"passou longe" de ganhar na região.
Boulos, no entanto, chegou a dizer que "Heliópolis já virou e São Paulo vai virar". "A gente tem 24 horas pra falar com parente, pra falar com amigo, pra falar com vizinho, pra poder virar voto, porque essa eleição vai ser apertada. ... Por isso, vocês precisam ser nesse momento a voz do candidato, o braço do candidato, as pernas do candidato, pra que a gente consiga virar voto", afirmou o deputado federal.
Ao contrário da véspera do primeiro turno, o candidato iniciou seu último dia de campanha com uma caminhada na Avenida Paulista sem a presença do presidente Lula, seu principal cabo eleitoral, que cancelou a vinda a São Paulo por causa de um acidente doméstico. Boulos fez um breve discurso aos apoiadores, insistindo na esperança de uma virada e também criticando os ataques que sofreu durante a campanha eleitoral.
Ao lado da candidata a vice-prefeita na chapa, Marta Suplicy (PT), o psolista pediu que os eleitores não faltem às urnas neste domingo, 27. "Eu faço um pedido pra todos aqueles que querem a mudança em São Paulo que vão amanhã pras urnas. Não faltem. Vão amanhã. Urna não é lugar da gente depositar medo", declarou o deputado.
A caminhada partiu da Avenida Paulista por volta das 10h40 em direção à Praça Roosevelt. Durante a concentração, o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu (PT) marcou presença tirando fotos com os apoiadores e sinalizando o número 50 com as mãos. A deputada federal e ex-prefeita da capital paulista, Luiza Erundina (PSOL), as ministras dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também participaram do ato.
Em entrevista aos jornalistas, Boulos disse que o que seus adversários fizeram a campanha toda "foi tentar colocar adjetivos contra nós, de extremista, de radical, de invasão, com muitas mentiras".
O candidato foi carregado por apoiadores que gritavam "eu acredito" durante o ato. O Datafolha divulgado neste sábado, 26, mostra Boulos 14 pontos atrás de Nunes em votos válidos; de acordo com o instituto, o prefeito tem 57% e o deputado federal, 43% das intenções de voto, descontando brancos e nulos.
Na avaliação da equipe de Boulos, a sabatina organizada por Marçal "deu um gás" na reta final da disputa. Durante a sabatina, que durou quase uma hora, Boulos fez vários gestos para o eleitorado do ex-coach. Marçal, no entanto, reafirmou ao final do encontro que não votaria no psolista nem em Nunes. Convidado também a participar, o prefeito não apareceu nem atendeu ao telefonema que Marçal fez durante a transmissão ao vivo.
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