O secretário de Segurança Pública do governo de São Paulo, Guilherme Derrite, apagou de seu perfil no Instagram uma foto da apreensão de tijolos de maconha prensada estampados com a foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e slogan "Faz o L", da campanha eleitoral do petista em 2022. A imagem foi excluída depois de Derrite receber uma notificação extrajudicial da Advocacia-Geral da União (AGU).
"Um casal foi preso em Euclides da Cunha Paulista trazendo grande quantidade de maconha de Ponta Porã (MS) a São Paulo. Policiais militares perceberam a atitude suspeita, deram ordem de parada e o casal tentou fugir, até atolar em uma estrada de terra e ser preso. Parabéns aos policiais. Continuamos nosso trabalho para demonstrar que em São Paulo o crime não compensa", escreveu Derrite na postagem, datada desta quinta-feira (14).
Deputado federal reeleito pelo PL em 2022, Derrite é próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendeu o governo do capitão reformado do Exército em seu primeiro mandato na Câmara, de 2019 a 2022. Antes de entrar para a política, foi oficial da Polícia Militar de São Paulo.
Para a AGU, a postagem ofende a dignidade do cargo de presidente da República. "Parece ter sido claro o intuito dos traficantes que transportavam a droga apreendida de associar o presidente da República, legítimo mandatário da Presidência da República, órgão da União, a uma espécie de endosso ao consumo do entorpecente traficado", disse o órgão. "Por evidente, tal utilização é ilícita, e ofende a honra objetiva do cargo ocupado", disse a AGU em nota.
Ainda para a AGU, a postagem de Derrite "vai de encontro" ao princípio da moralidade, inscrito na Constituição.
O assunto repercutiu nas redes sociais entre opositores ao governo. "Como a tentativa de censura da AGU orwelliana de Lula funcionou e o post original foi apagado, seguem abaixo as fotos da apreensão de drogas com o selo Faz o L", escreveu o ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol.
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