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Rui Falcão desafia grupo de Lula e lança candidatura à presidência do PT

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) lançou nesta quarta-feira, 9, sua candidatura à presidência do PT com um discurso que se contrapõe ao do ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, nome apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o p

Vera Rosa (via Agência Estado)

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Escrito por Vera Rosa (via Agência Estado)
Publicado em 09.04.2025, 19:47:00 Editado em 09.04.2025, 19:51:24
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O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) lançou nesta quarta-feira, 9, sua candidatura à presidência do PT com um discurso que se contrapõe ao do ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, nome apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o partido. A entrada de Falcão no páreo atrai o apoio da esquerda do PT, mas também desafia o grupo de Lula, uma vez que a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) está rachada.

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"Minha candidatura não é contra Edinho nem contra Lula, tanto que estou empenhado na reeleição dele, em 2026. Mas queremos uma reconexão com a nossa base social. O PT não pode ser um partido só de parlamentares, tendências e chefes do Executivo", disse o deputado.

Falcão já presidiu o PT nos anos 90 e também de 2011 a 2017. Sob o slogan "Pela base, construir a esperança", o lançamento de sua campanha ocorre em um momento de contestação da candidatura de Edinho por parte de uma ala de sua própria corrente, a CNB, que quer manter a tesoureira do partido, Gleide Andrade. Edinho não aceita, sob o argumento de que é preciso renovação na Secretaria de Finanças.

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A disputa no PT tem até mesmo denúncias de abuso do poder econômico, prática que o partido sempre condenou. Em ofício endereçado à cúpula da sigla, o dirigente Valter Pomar - que registrou sua candidatura à presidência do PT pela tendência Articulação de Esquerda - quis saber se o Diretório Nacional estava pagando jatos para o ex-prefeito de Araraquara fazer viagens de campanha.

Após a negativa do senador Humberto Costa, presidente interino do PT, e da tesoureira Gleide, Pomar não deixou por menos. "Tendo em vista a ênfase que Edinho vem dando ao tema da tesouraria do partido, imagino que ele compreenda a necessidade de ser transparente nesta e noutras questões", escreveu. "Afinal, a democracia petista não rima com abuso de poder econômico nem com dinheiro de empresários interferindo no PED", completou ele, numa referência ao Processo de Eleições Diretas, com voto dos filiados, que escolherá a nova cúpula petista.

Edinho não quis se manifestar. Falcão, por sua vez, disse que não cabia a ele responder ao questionamento. As eleições que vão renovar o comando do PT, em todo o País, estão marcadas para 6 de julho e as inscrições de candidaturas podem ser feitas até maio. Além de Edinho, Falcão e Pomar, o outro postulante a comandar o PT é Romênio Pereira. Atual secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio integra a corrente Movimento PT.

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Em 2022, tanto Edinho como Falcão foram coordenadores da campanha de Lula. Os dois, no entanto, têm visões opostas sobre os rumos do partido e do governo.

O ex-prefeito de Araraquara defende a aproximação do PT com o centro político. "Estou otimista na nossa capacidade de furar a bolha da polarização. Temos de fazer um esforço para aprofundar o diálogo com quem não está conosco", argumenta Edinho. Na outra ponta, Falcão afirma não ser possível "fazer média" com os adversários.

"O que quer dizer o fim da polarização? Estamos num embate com a direita. É preciso quebrar o ovo da serpente. O fascismo prosperou onde as pessoas foram repelidas da política", destacou o deputado. "Não podemos perder a identidade do PT nem nos transformar em um braço institucional do governo."

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Antes mesmo de Gleisi Hoffmann deixar a presidência do PT, há um mês, para assumir a Secretaria de Relações Institucionais - ministério que cuida da articulação do governo com o Congresso -, a disputa nas fileiras do partido já indicava conflitos intransponíveis.

Embora um dos focos da briga seja o controle da tesouraria do PT, que tem a chave do cofre onde são depositados os fundos partidário e eleitoral, uma soma de quase R$ 800 milhões por ano, o racha é também sobre a concepção de país e o futuro do PT pós-Lula.

Nesse embate há não só acusações de filiações em massa no partido, uso da máquina pública e até de recursos empresariais para a obtenção de votos em favor de determinado candidato como uma queda de braço para ver quem comandará a campanha por um novo mandato de Lula, em 2026, ou mesmo quem será seu herdeiro político. Até agora, porém, esse nome está longe de ser construído.

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