Pela primeira vez na história o PT não terá candidato na disputa pela Prefeitura de São Paulo, cidade que já foi governada pela sigla três vezes. Em uma decisão que expôs um racha no partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o diretório paulistano da legenda anunciou no sábado, 5, o apoio formal à candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) nas eleições municipais de 2024. Uma ala petista defendida que o partido lançasse um candidato próprio.
Em uma tentativa de demonstrar unidade em torno de Boulos, participaram do anúncio a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ministro da Fazenda e ex-prefeito, Fernando Haddad.
Segundo Gleisi, Lula "vai entrar na campanha" em São Paulo. Além disso, PT indicará o vice na chapa encabeçada pelo candidato do PSOL. "Isso está pactuado", afirmou Boulos.
Em 2020, Boulos chegou ao segundo turno da disputa ao Executivo municipal. Ele obteve 40,62% dos votos válidos e perdeu para Bruno Covas (PSDB). O deputado do PSOL é apontado como principal adversário do prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que busca apoio de bolsonaristas.
Acordo
O apoio do PT ao pré-candidato do PSOL faz parte de um acordo feito nas eleições de 2022. À época, Boulos desistiu de concorrer ao governo do Estado para fortalecer a candidatura de Haddad, que foi ao segundo turno, mas perdeu para Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Boulos foi eleito deputado federal com mais de 1 milhão de votos, o mais votado de São Paulo.
"Na campanha de 2022 fizemos um compromisso (com Boulos). Queríamos no nosso lado todos os partidos do campo social e progressista. Eu sabia que tinha desejo na militância de estarmos unidos. Mas entendo que tenham divergências", afirmou Gleisi. "Não tenho dúvidas que o companheiro Jilmar Tatto estará aqui na militância e na campanha", completou.
Tatto, que disputou a Prefeitura pela sigla em 2020, foi um dos que criticaram o apoio ao nome de Boulos. Ele classificou como um "erro" o PT abrir mão da candidatura na capital.
Haddad disse que a união em torno de seu nome em 2022 tem "de se repetir" com Boulos na eleição na capital. Gleisi voltou a reforçar a polarização com o "bolsonarismo". "Haddad ganhou aqui, Lula ganhou aqui (na capital, em 2022)", disse.
Boulos seguiu o mesmo caminho. "(Nunes) foi pedir a bênção do Bolsonaro. Trazer o bolsonarismo, essa cultura que podemos dizer de cabeça erguida que a nossa capital rejeitou. Haddad ganhou, Lula ganhou. E vamos ganhar ano que vem", afirmou Boulos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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