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Quem é o ex-prefeito de Duque de Caxias alvo de mandados por fraude do cartão de vacina de Bolsonaro

Líder de um clã político formado na Baixada Fluminense, o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB) foi alvo, nesta quinta-feira, 4, de mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga supostas fraudes nos cartões de vacinação do ex-

Redação (via Agência Estado)

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Escrito por Redação (via Agência Estado)
Publicado em 04.07.2024, 12:49:00 Editado em 04.07.2024, 12:57:01
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Líder de um clã político formado na Baixada Fluminense, o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB) foi alvo, nesta quinta-feira, 4, de mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga supostas fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Aliado de primeira hora da família Bolsonaro no Estado, Reis e outros três irmãos políticos ampliaram a base e influência eleitoral no Rio de Janeiro às margens de nomes como o ex-chefe do Executivo, do ex-governador Sergio Cabral e do atual mandatário estadual Cláudio Castro (PL).

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Washington Reis é secretário estadual de Transportes de Castro, mas a relação com o governo estadual não começou com o atual governador. Foi subsecretário estadual de Obras Metropolitanas do Rio na gestão de Sergio Cabral, colega de MDB, em 2009. A aliança com Cabral rendeu a Reis uma votação expressiva no ano seguinte. O político da Baixada Fluminense já havia sido eleito prefeito de Duque de Caxias (2004 a 2008), vereador e deputado estadual por três mandatos e chegou à Câmara dos Deputados como um dos dez mais votados no Estado, em 2010.

O ex-prefeito de Caxias permaneceu em Brasília de 2011 a 2017, ano que renunciou ao cargo como deputado para disputar o quarto mandato como prefeito da segunda maior cidade do Estado. Foi eleito com facilidade, com 54,18% dos votos contra 45.82% de Dica (PTN). Foi reeleito em 2020, mas não concluiu o mandato. Na eleição de 2022, Reis era cotado para compor como vice-governador na chapa de Cláudio Castro. O MDB formalizou a sua indicação, mas seu nome acabou impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-PR). Em seu lugar, assumiu como vice na chapa de Castro o ex-secretário estadual Thiago Pampolha (União Brasil).

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Reis foi condenado, em dezembro de 2016, a 7 anos, 2 meses e 15 dias de reclusão, e 67 dias multa, pela prática de delitos previstos na Lei de Crimes Ambientais e na Lei sobre Parcelamento do Solo Urbano. Ele foi acusado por causar dano ambiental a uma área na qual determinou a execução de loteamento em Duque de Caxias à época em que era prefeito do município, entre 2005 e 2008.

Aliança com Jair Bolsonaro

A aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro se estreitou após a chegada do político fluminense ao Palácio do Planalto, em 2018. Washington Reis se aproximou do presidente com a ajuda do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de quem o ex-prefeito é próximo. Mas a relação entre os dois é mais antiga. Em dezembro de 2018, com Bolsonaro eleito, Washington deu o nome do pai do ex-presidente a uma escola militar na cidade.

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Flávio foi um dos articuladores da aliança entre Reis e Castro para as eleições de 2022. Para o filho do ex-presidente, Reis era um dos nomes que fortaleceria o palanque de Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Os nomes de Bolsonaro e Reis voltaram a ser associados em maio do ano passado, quando a Polícia Federal fez buscas na casa do ex-presidente e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, além de outras cinco pessoas no âmbito de uma operação sobre a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

Os investigadores ainda fizeram buscas na casa do deputado federal Gutemberg Reis, em Duque de Caxias, irmão de Washinton Reis, e no apartamento funcional em Brasília. Segundo o inquérito da PF, foi da cidade de Duque de Caxias que partiu a adulteração nos registros de aplicações de doses de vacina contra covid-19 no ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações tiveram origem na Controladoria-Geral da União (CGU) e foram reveladas pelo Estadão/Broadcast.

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Registros fraudulentos no sistema do SUS

De acordo com a PF, em dezembro de 2022, João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias, inseriu dados fraudulentos no sistema do SUS sobre a suposta vacinação de Bolsonaro.

As informações inseridas apontavam que o então presidente foi a Duque de Caxias receber doses da vacina Pfizer nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022. No entanto, de acordo com as diligências, o deslocamento do então presidente até a cidade na Baixada Fluminense nas datas indicadas não era viável.

Os dados inseridos por Sousa Brecha foram removidos seis dias depois pela servidora Claudia Helena Acosta, chefe da Central de Vacinas da cidade, sob alegação de "erro". Neste ínterim, porém, já haviam sido impressos comprovantes de vacinação com as informações fraudulentas, que foram entregues às autoridades de imigração dos Estados Unidos.

Em entrevista ao Estadão, em maio de 2023, Washington Reis negou que Jair Bolsonaro tenha pedido para alterar o seu cartão de vacinação ou o da filha. "Bolsonaro é um cara sistemático, e em quatro anos nunca pediu nenhum tipo de favor", afirma. "Mais fácil oceano secar do que o Bolsonaro pedir um favor desses."

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