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‘Quando não existe 3ª via, tem de trabalhar para construir’, diz Marina

Após disputar três eleições presidenciais, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) mudou o foco de sua atenção para 2022. Em vez de preparar uma quarta candidatura, diz, em entrevista ao Estadão, que está empenhada em colaborar pa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.08.2021, 18:40:00 Editado em 14.08.2021, 18:48:17
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Após disputar três eleições presidenciais, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) mudou o foco de sua atenção para 2022. Em vez de preparar uma quarta candidatura, diz, em entrevista ao Estadão, que está empenhada em colaborar para a construção de uma candidatura de terceira via, que seja uma alternativa aos nomes do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ela, "é um erro histórico" voltar a insistir na priorização para a disputa antes de se definir "o que queremos para o Brasil". "Infelizmente, após tantos anos no poder de PT e PSDB, a semente que brotou foi o Bolsonaro."

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Como a sra. pretende se posicionar na disputa de 2022?

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Estou empenhada em ajudar a construir e viabilizar um projeto que coloque em primeiro lugar o que nós queremos para o Brasil, em lugar da priorização do nome de pessoas. Porque esse é um erro histórico que vem sendo cometido. Infelizmente, após tantos anos no poder de PT e PSDB, a semente que brotou foi o Bolsonaro. São mais de 14 milhões de desempregados. Mais de 19 milhões passando fome no nosso País. Então, esse é o momento de fazer o debate, de reconectar as pessoas com as possibilidades para o País.

No Brasil, há o costume de se lançar os candidatos e depois se constrói o projeto que embasa a candidatura

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Nesse momento, o que é necessário, no meu entendimento, é debater como fortalecer a aderência no sentido social político brasileiro à defesa das instituições e da democracia. Depois, fazer com que o País possa sair dessa grave crise econômica, onde a pandemia faz com que mais riquezas sejam concentradas nas mãos daqueles que já têm.

Como é possível fazer isso?

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Precisamos enfrentar a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento para que o Brasil não continue sendo um pária ambiental. E possa, a partir dos seus grandes ativos, ter isso como a base dos novos investimentos que o mundo quer fazer e precisa fazer.

Até quando esse processo de reflexão deve ser feito antes da definição de um candidato?

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Eu acho que esse projeto já deveria estar posto há muito tempo. Infelizmente, os atores que têm a capacidade de fazer isso preferem, digamos assim, a velha estratégia da polarização. Uma alternativa à polarização precisa ocupar esse lugar de reconexão com a sociedade pela sua proposta, e não, simplesmente, em função do esgarçamento político ainda maior do que aquele que tem sido feito ao longo desses anos e, principalmente, a partir de 2014, quando ele começou a ser aprofundado com essa estratégia da política com base na desconstrução, da qual Bolsonaro é hors concours. Uma coisa importante, no momento de crise, é saber que não pode resolver a questão do presidente da República de forma exclusivista, porque é muito mais fácil uma alternativa com base no diálogo de diferentes forças políticas, da esquerda, do centro-esquerda, do centro democrático. O problema no Brasil é que a gente fala do centro, mas não existe um centro ideologicamente posicionado. São conservadores e reacionários que quando lhes é oportuno e conveniente se dizem de centro.

A construção dessa terceira via não terá de passar pelos políticos de centro e pelo Centrão?

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Muitos analistas reconhecem que a ideia da terceira via teve mais força em 2010 e 2014. Hoje, esse lugar é ocupado por aqueles que ficam numa política pendular para ver quem é o poder para estar junto ou a expectativa de poder para migrar. Isso é um problema.

Como sair desse problema?

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Isso está se repetindo agora numa reforma política de conveniência, que está sendo feita para ver o que é melhor para os partidos hegemônicos. É um debate colocado de forma errada, tratando do que fortalece e enfraquece os partidos. Não é isso. É o que fortalece a democracia. E essas mudanças que estão sendo propostas são feitas de conveniência e com o olho gordo do Centrão, que quer mandar em todo e qualquer governo. Eles atuam para serem os operadores de qualquer um que seja vitorioso. Por isso, defendo um debate que trabalhe a ideia de uma política de longo prazo em vez de querer alongar o seu prazo na política.

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Como vê o governo Bolsonaro?

É um governo que não governa para construir. Só governa para destruir. Dá a impressão é de um governo que não quer trabalhar. Só quer ficar contra a Educação e tudo que é decente e civilizatório nesse País.

A sra. deixou claro que não apoiará Bolsonaro e nenhuma hipótese. Poderá apoiar Lula, caso essa seja a alternativa contra a reeleição do presidente?

Eu trabalho para que a gente possa construir uma alternativa à polarização. Mas com a clareza de que a democracia é um balizador fundamental para esse debate. É claro que, nesse momento, nessa situação que o Brasil está vivendo, Bolsonaro é o vetor de todas essas mazelas. Mas quando você também estreita os caminhos em torno de escolher o que já está posto, não é escolha. A escolha pressupõe um terceiro. Quando esse terceiro ainda não existe, a gente tem de trabalhar para construir.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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