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Problema é romper 'escudo político' de crimes ambientais, diz delegado da PF

"Selva" é o grito de guerra dos militares brasileiros treinados para combater na Amazônia. É também o nome do livro que o delegado Alexandre Saraiva, de 52 anos, da Polícia Federal, acaba de lançar (Editora Intrínseca, 256 páginas, R$ 59,90 edição impress

Roberta Jansen (via Agência Estado)

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Escrito por Roberta Jansen (via Agência Estado)
Publicado em 30.04.2023, 08:40:00 Editado em 30.04.2023, 08:46:12
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"Selva" é o grito de guerra dos militares brasileiros treinados para combater na Amazônia. É também o nome do livro que o delegado Alexandre Saraiva, de 52 anos, da Polícia Federal, acaba de lançar (Editora Intrínseca, 256 páginas, R$ 59,90 edição impressa, R$ 29,90 o e-book) para contar sua experiência de dez anos à frente das superintendências regionais da PF em Roraima, Maranhão e Amazonas. Nessa trajetória, o delegado teve contato com personagens que povoam o subtítulo da obra: Madeireiros, Garimpeiros e Corruptos na Amazônia sem Lei.

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Em 2021, Saraiva fez a maior apreensão de madeira ilegal da história da PF: 226.760 metros cúbicos. Era o suficiente para encher pelo menos 7,5 mil caminhões com toras - uma fortuna, avaliada em R$ 130 milhões. A ação o levou a enfrentar o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o transformou em persona non grata no governo Jair Bolsonaro (PL) e lhe rendeu um cargo bem longe da floresta, em Volta Redonda (RJ).

"O problema não é mais operacional, o problema é romper o escudo político dessas organizações criminosas", afirmou em conversa com o jornal O Estado de S. Paulo o delegado, considerado um dos maiores especialistas em repressão a crimes ambientais.

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A ação de Saraiva incluiu uma notícia-crime contra o então ministro do Meio Ambiente, acusado de atrapalhar a fiscalização ambiental e de patrocinar interesses privados na administração pública.

A representação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal. Também desencadeou o processo que resultou na exoneração de Salles, cuja permanência no cargo se tornou insustentável, depois do que foi interpretado como defesa da extração criminosa de madeira. "Eu não saio de casa para enxugar gelo, eu saio de casa para resolver problema. "E, se não consigo resolver o problema, é porque estou fazendo algo errado. Não posso repetir as mesmas estratégias, esperando resultados diferentes. Eu acredito muito na ciência e tive a sorte de encontrar policiais muito competentes", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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