O comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF) minimizou os episódios ocorridos em diversas situações em todo o País que mostram policiais atuando em favor do movimento golpista nas estradas. Em entrevista coletiva, nesta terça-feira (01), a PRF disse que identificou apenas "dois ou três" casos de agentes que teriam tido conduta irregular.
Na entrevista coletiva de imprensa realizada em Brasília, o corregedor-geral e controle interno da PRF, Wendel Benevides Matos, disse que foram instaurados procedimentos para apurar as irregularidades.
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"A PRF age no cumprimento da lei, não apoia a ilegalidade e o fechamento de rodovias federais. Os casos que têm aparecido nas redes sociais foram identificados. A corregedoria já instalou processo para apurar essas atuações", comentou Matos. "São muitos manifestantes e localidades. São dois ou três casos. Há procedimentos instaurados. Estamos apurando possíveis desvios de conduta."
A PRF disse que foram aplicadas 182 multas contra manifestantes que descumprem a ordem judicial de dar fim ao ato criminoso.
De última hora, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e o ministro da Justiça, Anderson Torres, informaram que não iriam participar da coletiva de imprensa convocada para explicar as medidas efetivas tomadas para acabar com as manifestações nas estradas que ocorrem nas estradas federais.
A coletiva foi convocada pela própria PRF. Não foram explicadas razões da falta de ambas as autoridades no encontro com jornalistas, apenas de que estão reunidos, no Ministério da Justiça. Segundo a assessoria do MJ, a coletiva se limita a uma "explicação técnica" do que está ocorrendo.
Segundo Marco Territo, diretor executivo da Polícia Rodoviária Federal, os Estados com maiores bloqueios são, nesta ordem, Santa Catarina, Pará e Mato Grosso. Nesta tarde, há 267 pontos de interdição ativos. A PRF afirma que o número tem caído e que, no pico, chegaram a 420 locais com bloqueios totais ou parciais.
Territo disse que foi montado um gabinete de crise para lidar com o assunto e que reforçou em 400% seu efetivo, suspendendo folgas para deslocar todos os agentes e reforçar a presença nos pontos de conflito.
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"Essa operação é deveras complexa. Demanda mobilização de grande efetivo", afirmou, acrescentando que também somou esforços com a Polícia Federal, a Força Nacional e a Polícia Militar. "A PRF tem que agir com bastante parcimônia, iniciando diálogo e depois entrando com outras medidas judiciais, até que, se for necessário, culmine em força para debelar os pontos de interdição."
O diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, ressaltou na coletiva que o protocolo para esse tipo de atuação é definido de uma forma "firme, mas bem coordenada". O protocolo, segundo ele, envolve, inclusive, a aplicação de autuações de trânsito pelos bloqueios. A multa pode variar de R$ 5.869 para quem interromper o fluxo da rodovia com automóveis até R$ 17.808 para quem organizar o ato. "Hoje e ontem já foram aplicadas diversas autuações", disse Moura.
Moura também destrinchou os dados referentes aos 267 pontos de ocorrência de bloqueio nas rodovias do País. Segundo ele, pontos de concentração, quando não há obstrução das vias, eram 42 no momento (por volta das 12h30). Já as interdições, com restrições parciais das vias, estavam em 136 pontos. E bloqueios, com impedimento total de circulação nas vias, eram 89. Desde às 23h de ontem, não houve aumento no número de bloqueios nas rodovias, apenas liberações das interdições.
Desde o início das operação, a PRF já conseguiu liberar 306 pontos de interdição pelo País. A entidade reforçou que a atuação coordenada para liberar rodovias se iniciou ontem, às 17h, com ações integradas com a Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública e polícias militares dos Estados.
"Tivemos uma escalada de pontos de interdição em menos de 24 horas, o que exigiu da instituição uma rápida resposta", disse. "Em momento algum a PRF foi passiva, ela sempre buscou a resolução do problema nos primeiros instantes", completou.
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