O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), classificou como "grave" o tapa dado nessa quarta-feira, 20, pelo deputado Washington Quaquá (PT-RJ) em Messias Donato (Republicanos-ES).
A agressão ocorreu durante a sessão de promulgação da reforma tributária, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em meio ao bate-boca, Quaquá gravava um vídeo quando chamou Nilokas Ferreira (PL-MG) de "viadinho", um termo considerado homofóbico, e em seguida esbofeteou Donato.
O petista alegou ter revidado uma agressão. Parlamentares bolsonaristas gritavam "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". "Esse deputado segurou minha mão e me empurrou. Tomou um tapa na cara", afirmou Quaquá.
Apesar de classificar o fato como "grave", o presidente do Conselho de Ética da Câmara ponderou, no entanto, que ainda não chegou nenhuma representação sobre o assunto. "O Conselho só age sobre provocação", acrescentou Leur em mensagem ao Estadão.
Donato afirmou que registrará boletim de ocorrência sobre o incidente. A equipe do parlamentar também prepara uma representação ao Conselho de Ética. A ideia é que o Republicanos protocole o documento já nesta quinta-feira, 21, segundo a assessoria de Donato.
Ao discursar na tribuna do plenário da Câmara após as agressões, Donato chorou e disse ter se sentido muito humilhado. "Eu confesso que eu tenho medo, além das agressões físicas que foi um tapa no meu rosto, além das agressões psicológicas. Estou muito abalado psicologicamente", relatou.
Em nota, Quaquá afirmou que Donato proferia ofensas contra o presidente Lula e, por isso, decidiu iniciar uma gravação. "Foi quando fui empurrado e tive o braço segurado para evitar a filmagem. Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita e sempre reagirei para me defender. Bateu, levou", escreveu.
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), disse também que o partido irá processar cada deputado que xingou e agrediu Lula.
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