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Presidente da OAB-SP diz que embate enre Câmara e STF é novo capítulo de 'jogo de forças'

O presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Leonardo Sica, considera "casuísta" a decisão da Câmara dos Deputados que determinou a suspensão da ação penal contra os líderes do plano de golpe, mesmo após o Supremo Trib

Rayssa Motta (via Agência Estado)

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Escrito por Rayssa Motta (via Agência Estado)
Publicado em 08.05.2025, 15:48:00 Editado em 08.05.2025, 15:55:53
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O presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Leonardo Sica, considera "casuísta" a decisão da Câmara dos Deputados que determinou a suspensão da ação penal contra os líderes do plano de golpe, mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) informar que o processo não poderia ser interrompido.

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Na avaliação do presidente da OAB de São Paulo, a resolução aprovada pela Câmara dá início a um novo ciclo de conflito institucional.

"O Supremo pode derrubar a resolução, a Câmara pode reafirmá-la. Não tem um solução institucional para evitar isso que não seja as instituições se respeitarem", afirma ao Estadão.

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"A democracia não prevê solução para quando os poderes interferem uns nos outros. A Constituição prevê o equilíbrio", completa.

Os deputados se basearam em uma regra da Constituição que autoriza a Câmara e o Senado a suspenderam o andamento de processos criminais contra parlamentares, desde que a decisão tenha o apoio da maioria do plenário da Casa Legislativa.

Como o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) é um dos réus, a Câmara aprovou a suspensão, em uma tentativa de beneficiar também os demais alvos do processo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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A regra, no entanto, vale apenas para crimes posteriores à diplomação. É com base nessa previsão que o STF deve mandar seguir o processo após ser oficialmente notificado pela Câmara.

O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, deve suspender a tramitação do processo apenas em relação aos crimes de dano ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado, que são posteriores à diplomação de Ramagem. Esses são os crimes relacionados aos atos de vandalismo do 8 de Janeiro de 2023.

Para Leonardo Sica, esse é mais um capitulo do "jogo de forças" protagonizado pelo STF e pela Câmara dos Deputados. Na avaliação do presidente da OAB de São Paulo, as rodadas de conflito entre os dois Poderes vêm se agravando.

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Sica cita como exemplo a decisão recente do tribunal que ampliou o alcance do foro privilegiado e expandiu a competência da Corte para julgar autoridades e políticos.

"Isso abala a confiança da população nas instituições. A população precisa confiar nas instituições, mas as instituições precisam dar sinais confiáveis. A democracia pressupõe que os poderes tomem decisões claras e compreensíveis", defende o criminalista.

A saída para o equilíbrio seria uma reforma legislativa para "mudar os mecanismos de controle e balanço" entre os poderes.

"Mas isso pressupõe que os poderes se entendam", admite. "Estamos em um momento que favorece extremismos e ninguém exercita a moderação. Se os poderes não se moderarem, tem eleição ano que vem."

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