A Prefeitura do Rio inaugurou neste domingo, 14, uma nova placa com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL-RJ), em frente à Câmara dos Vereadores. Uma placa foi rasgada durante a campanha eleitoral de 2018 pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), eleito no mesmo ano e preso em 2021 por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para evitar novos atos de vandalismo, a placa agora ficará sob a vigilância do Centro de Operações Rio (COR).
Além do nome da vereadora, a placa traz a inscrição: "Brutalmente assassinada em 14 de março de 2018 por lutar por uma sociedade mais justa."
A iniciativa fez parte das homenagens pelos três anos da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. E contou com a presença do prefeito, Eduardo Paes (DEM), outras autoridades, e a família da vereadora assassinada.
"O assassinato brutal de Marielle completa três anos. É importante que se identifique quem foram os mandantes desse assassinato", afirmou o prefeito, lembrando as diferenças ideológicas entre os dois. "Marielle foi minha adversária política, mas a diferença de pensamento não pode tirar da gente aquilo que é mais importante: o respeito ao próximo, aos direitos humanos, o amor", disse durante o ato.
Segundo a prefeitura, o evento tem por objetivo lembrar a luta da vereadora contra a desigualdade e pelos direitos das mulheres, do povo preto, da favela, da população LGBT e das pessoas que vivem qualquer forma de opressão.
Participaram também do ato a Secretária Especial de Políticas e Promoção da Mulher, Joyce Trindade, o deputado federal Marcelo Freixo, e o presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado.
"Essa placa é importante porque era aqui (na Câmara Municipal) que ela estava fazendo o seu trabalho", disse emocionada Marinete Silva, mãe de Marielle. "Fomos tão atacados, foi uma coisa tão desumana, mas a gente não vai perder a esperança de que esse crime seja elucidado. A gente vai continuar lutando para saber quem são os mandantes", declarou.
Anielle, irmã de Marielle, lembrou os dias difíceis da família, que ainda não superou a dor. "Não é fácil acordar todos os dias e ver minha mãe chorando. Essa homenagem é um acalanto. Teremos muita luta pela frente", disse no evento.
Em tom de cobrança, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) comparou a morte da vereadora à morte da democracia. "Depois de três anos, ainda não temos a resposta para esse crime. A cidade morre enquanto cidade até que a gente saiba quem mandou matar Marielle. Sua morte é a morte da democracia. Mataram Marielle e tentaram matar sua imagem; rasgaram até a placa. E, agora, essa placa coloca o Estado e a cidade no lugar correto. É um gesto de amor, de esperança", disse Freixo.
Já a Secretária Especial de Políticas e Promoção da Mulher, Joyce Trindade, aproveitou o momento para anunciar o engajamento em ações de combate à violência política contra as mulheres no Rio.
"A gente está desenvolvendo uma parceria para trazer ações efetivas para combater a violência política de gênero contra as mulheres aqui no município. Estamos nos juntando ao Instituto Marielle Franco, ao Movimento Mulheres Negras Decidem, ao Instituto Alziras, à OAB Mulher, entre outras entidades públicas. A ideia é criar ações concretas de combate e enfrentamento à violência de gênero e política aqui no Rio", informou.
Por Estadão Conteúdo
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