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Polícia do Rio sabotou investigação de caso Marielle desde o início, afirma PF

A investigação da Polícia Federal (PF) que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes aponta evidências claras de obstrução criminal às investigações, originadas dentro da própria Delegacia de Homicídios do Rio de Janei

Karina Ferreira (via Agência Estado)

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Escrito por Karina Ferreira (via Agência Estado)
Publicado em 24.03.2024, 16:30:00 Editado em 24.03.2024, 16:34:47
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A investigação da Polícia Federal (PF) que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes aponta evidências claras de obstrução criminal às investigações, originadas dentro da própria Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro.

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O inquérito aponta que a investigação foi sabotada desde o início, "mediante ajuste prévio dos autores intelectuais com o então responsável pela apuração de todos os homicídios ocorridos no Rio de Janeiro", o delegado e ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. O advogado Alexandre Dumans, que representa o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, nega a participação dele no crime.

A PF aponta que os policiais foram negligentes em quatro situações: na hora de recolher as imagens das câmeras de segurança do local do crime; com o desaparecimento do celular apreendido do suposto responsável por clonar o veículo usado na execução; na ausência de informações substanciais acerca da busca e apreensão realizada em empresa de sócio dos Brazão; e o no bojo da Operação Nevoeiro, que teria sido sabotada para "proteger contraventores".

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Além do delegado, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil) e o irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão, também foram presos preventivamente pela Polícia Federal, suspeito de serem os mandantes dos assassinatos.

As informações são parte do relatório da PF que investiga o assassinato da vereadora carioca e de seu motorista, e teve o sigilo levantado na tarde deste domingo, 24, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A nomeação de Giniton Lages como titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) na manhã após o crime, feita por Rivaldo, é outra "coincidência" apontada no inquérito da PF, especialmente dada a relação de confiança prévia entre os dois. "Ou seja, os trabalhos de sabotagem se iniciaram no momento mais sensível da apuração do crime, as horas de ouro, o que ensejou a perda de elementos de convicção importantes para a sua resolução a contento como, por exemplo, a captação das imagens dos circuitos internos de televisão dos imóveis adjacentes ao local do crime", aponta o relatório.

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A investigação ainda aponta para o fato do crime ter ocorrido um dia após a posse de Rivaldo na função de Chefe da Polícia, elencando se tratar de "coincidência, ou não".

Outro trecho do relatório mostra que Rivaldo arquitetou o crime, fixando a exigência de que o assassinato não poderia ocorrer quando a vereadora estivesse a caminho da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, para não ser considerado um crime político e, consequentemente, investigado pela PF. Se isso ocorresse, ele "perderia o pleno controle da apuração que lhe envolvia", diz o relatório.

A prisão ocorreu nesta manhã na operação Murder Inc., deflagrada de forma conjunta por PF, Procuradoria-Geral da República (PGR) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A operação investiga os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

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