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PF diz que Bolsonaro orientou empresário a ‘repassar ao máximo’ fake news

O arquivamento de parte da investigação sobre empresários que trocaram mensagens golpistas no Whatsapp nesta segunda-feira, 21, evidencia um afunilamento da apuração, que agora entra na lista de inquéritos do Supremo Tribunal Federal que chegaram mais per

Pepita Ortega (via Agência Estado)

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Escrito por Pepita Ortega (via Agência Estado)
Publicado em 22.08.2023, 12:55:00 Editado em 22.08.2023, 12:59:11
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O arquivamento de parte da investigação sobre empresários que trocaram mensagens golpistas no Whatsapp nesta segunda-feira, 21, evidencia um afunilamento da apuração, que agora entra na lista de inquéritos do Supremo Tribunal Federal que chegaram mais perto do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal quer seguir as diligências após encontrar uma suposta ordem de repasse de fake news atribuída ao ex-chefe do Executivo, o que liga o caso ao inquérito das milícias digitais. Como mostrou o

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Estadão

, se a Polícia Federal apontou ausência de justa causa para seguir investigando seis bolsonaristas que foram alvo de busca e apreensão em agosto de 2022, ressaltou a necessidade de seguir investigando o empresário Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa, em razão do vínculo entre ele e Bolsonaro. Segundo os investigadores, tal relação teria inclusive a finalidade de "disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito", com uso do mesmo modo de agir das milícias digitais também alvo de investigação no Supremo. Para ilustrar tal dinâmica a PF cita um diálogo mantido entre Nigri e o contato "Pr Bolsonaro 8" pouco antes de serem enviadas supostas mensagens golpistas no grupo "Empresários & Política" - o que motivou o inquérito. Segundo a Polícia Federal, o contato "Pr Bolsonaro 8" enviou ao fundador da Tecnisa "mensagens com conteúdo não lastreado ou conhecidamente falso, atacando integrantes de instituições públicas especialmente Ministros do STF, desacreditando o processo eleitoral brasileiro". Em seguida, Nigri "publicou o conteúdo ilícito no grupo de WhatsApp Empresários & Política", indicam ainda os investigadores. O empresário ainda teria avisado o "Pr" que uma das fake news, sobre suposta fraude no sistema de votação, "foi repassada a vários grupos". Em nota, a defesa do empresário diz que ele "recebeu uma ou outra mensagem do presidente República e repassou para pouquíssimos grupos". "Ele não tem Facebook, não tem Instagram, não tem nenhuma plataforma de disseminação em massa de notícias ou mensagens, não é uma pessoa que tinha envolvimento com disseminação de fake news", afirmou o advogado Alberto Zacarias Toron, que defende Nigri. A avaliação da PF sobre a relação mantida entre Nigri e Bolsonaro se deu a partir da análise de informações foram encontradas em uma conta do empresário. Segundo a corporação, "ficou robustecido existir uma relação pessoal entre a família do ex-presidente e o empresário. "Inclusive, no ano de 2021, há evidências de uma possível visita do então Presidente à residência de Meyer Nigri, ressaltando que o específico grupo de WhatsApp denominado "Empresários & Política", objeto desta investigação, foi criado, supostamente, naquele ano", narrou a PF.

Defesas

O criminalista Alberto Zacharias Toron, que representa Meyer Nigri, se manifestou da seguinte forma: "a decisão do ministro Alexandre de Moraes é surpreendente porque o Ministério Público Federal já havia pedido o arquivamento dessa investigação. Soa estranho que ele tenha feito isso agora, num controle da falta de justa causa, nos exatos termos do que disse, ou de forma assemelhada, o procurador-geral da República. Em relação ao sr. Meyer Nigri, vamos aguardar o desenvolvimento das investigações. Temos absoluta certeza de que ele não praticou crime algum contra o estado democrático de direito. Ele recebeu uma ou outra mensagem do presidente República e repassou para pouquíssimos grupos. Ele não tem Facebook, não tem Instagram, não tem nenhuma plataforma de disseminação em massa de notícias ou mensagens, não é uma pessoa que tinha envolvimento com disseminação de fake news. Eu tinha a impressão de que a investigação já havia deixado isso claro, mas agora percebo que o ministro quer aprofundar essas investigações e é bem-vindo esse aprofundamento. Não temos nada a esconder, ele colaborou amplamente com as investigações, se deslocou até Brasília para ser ouvido novamente e continua à disposição das autoridades." A reportagem busca contato com os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O espaço está aberto para manifestações.

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