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Para evitar 'ponto cego' no um ano do 8/1, bolsonaristas foram monitorados nas redes

O Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça monitorou de perto as movimentações de bolsonaristas nas redes sociais nas semanas que antecederam o "aniversário" de um ano dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.Técnicos do departam

Rayssa Motta (via Agência Estado)

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Escrito por Rayssa Motta (via Agência Estado)
Publicado em 11.01.2024, 17:55:00 Editado em 11.01.2024, 17:58:46
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O Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça monitorou de perto as movimentações de bolsonaristas nas redes sociais nas semanas que antecederam o "aniversário" de um ano dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.

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Técnicos do departamento acompanharam a evolução das conversas desde dezembro de 2023. O objetivo era se antecipar caso novas manifestações violentas fossem convocadas.

Uma das frentes de trabalho consistiu em monitorar os termos recorrentes que pudessem ter relação com as articulações. A pesquisa é útil para traçar o que investigadores e especialistas chamam de "análise de sentimento" - a percepção dos usuários sobre um assunto.

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Foram localizadas hashtags como Fora Lula e sua quadrilha, 8 de janeiro Dia do Patriota, Desistir não é opção, Paralisação já e Presos políticos. O engajamento, no entanto, foi modesto e não despertou preocupação.

Outra estratégia identificada pelos analistas foi a recuperação de publicações antigas, anteriores aos protestos do dia 8 de janeiro de 2023, como se fossem novas e, com isso, tentar incitar a volta de manifestantes a Brasília.

Um áudio antigo oferecendo ônibus de graça para manifestantes que quisessem viajar à capital federal voltou a circular em um dos grupos bolsonaristas no WhastApp.

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"O que eles precisam é de gente, gente para encher esses ônibus. Eles têm três ônibus de 55 pessoas, porque em Brasília vão fazer um movimento terça-feira para botar cinco milhões de pessoas. Então se tu souber de alguém que ou tiver alguém que possa ir, custo zero, tá? Custo zero, só entrar com o corpo, vamos dizer assim", diz o áudio tirado de contexto.

As articulações de caminhoneiros para protestos em diferentes Estados também foram objeto de atenção. Publicações defendendo uma "greve geral" da categoria foram mapeadas, mas a chance concreta de paralisação foi descartada. Para os analistas, seriam apenas postagens em "busca de likes" nas redes.

Um dos relatórios produzidos pelo Laboratório de Operações Cibernéticas alertou para a necessidade de "constante monitoramento das redes sociais e levantamento de informações" e do reforço na segurança dos prédios públicos para evitar novas cenas de depredação.

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"Estamos diante de informações que indicam possíveis comemorações aos crimes praticados em atentado do estado democrático de direito", diz o documento. "Estes informes surgiram no mesmo contexto em que o presidente Lula convocou um ato pela democracia, em cerimônia na mesma data às 15h no plenário do Senado. De sorte que qualquer risco deve ser afastado".

O evento convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reuniu os chefes dos Poderes em Brasília um ano após os ataques, ocorreu sob segurança reforçada e sem intercorrências.

Todo o monitoramento do laboratório teve como base publicações em fontes abertas, ou seja, sem quebra de sigilo ou interceptações. Uma das preocupações era não desacreditar de antemão o poder das articulações nas redes sociais, considerado um ponto cego no 8 de janeiro de 2023.

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