O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deixou por volta das 12h desta quarta-feira, 31, a residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), depois de uma reunião para tentar destravar a Medida Provisória (MP) da reestruturação dos ministérios, que corre risco de caducar.
Líderes partidários estão reunidos agora com Lira para decidir um encaminhamento em relação à MP, ou seja, se votarão de forma favorável ou não. Como mostrou nesta terça o Estadão/Broadcast, às vésperas da votação, eles não haviam tomado um posicionamento. Insatisfações com o Palácio do Planalto levou um grupo de deputados a defender deixar a MP perder a validade.
Na tarde desta terça, 30, o clima de tensão dominou o ambiente da Casa. Parlamentares cogitaram deixar a matéria caducar ou aprovar um requerimento de adiamento de pauta em uma sinalização de insatisfação à articulação do governo, especialmente diante da demora na liberação de emendas.
De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, a derrota na MP, que deu forma à Esplanada de Lula, seria o mais claro sinal de que não há mais "paciência" para aguardar a boa vontade do governo em dialogar com o Congresso. Nos bastidores, há queixas em relação ao tratamento oferecido pelo governo às bancadas e à falta de responsabilidade do Executivo com as promessas feitas e não cumpridas.
Os parlamentares já reconhecem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá assumir a articulação se não quiser enfrentar novas derrotas. O recado foi dado com a ameaça a essa medida provisória, mesmo que venha a ser aprovada.
A tensão às vésperas da votação, com insegurança sobre o encaminhamento da matéria, gerou um temor na base governista. Se não for aprovada até esta quinta-feira, 1º, a matéria pode caducar e, neste caso, voltaria a estrutura ministerial do governo Bolsonaro, com 20 ministérios, e não os atuais 37.
Desde a semana passada, parlamentares começaram a ensaiar um movimento de resistência à aprovação da MP, favorável à caducidade da medida, não por queixas ao relatório, mas como uma sinalização de insatisfação ao tratamento dado pelo Executivo junto às bancadas. Até mesmo deputados do União Brasil, sigla que tem três ministérios no governo, resistiam à aprovação da matéria.
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