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Operação da PF contra aliados de Bolsonaro é desdobramento de delação de Mauro Cid

Nomes citados na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid foram alvos da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 8. Além de Jair Bolsonaro (PL), que deverá entregar seu passaporte em até 24 horas, Walter Braga Netto e Filipe Martins, que integraram

Juliano Galisi (via Agência Estado)

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Escrito por Juliano Galisi (via Agência Estado)
Publicado em 08.02.2024, 13:49:00 Editado em 08.02.2024, 13:56:22
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Nomes citados na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid foram alvos da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 8. Além de Jair Bolsonaro (PL), que deverá entregar seu passaporte em até 24 horas, Walter Braga Netto e Filipe Martins, que integraram a cúpula de aliados do ex-presidente como ministro e assessor especial, respectivamente, foram mencionados por Cid no depoimento à PF. Martins foi preso e Braga Netto é alvo de mandado de busca e apreensão.

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Além de ter citado Braga Netto e Martins, Cid admitiu à PF sua participação em um esquema para adulterar o cartão de vacinação do ex-presidente e apontou Bolsonaro como o mandante da empreitada. O ex-assessor Marcelo Costa Câmara, preso nesta manhã, é investigado pela suposta modificação do cartão de vacinas de Bolsonaro. A Operação Tempus Veritatis apura os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

No depoimento à PF, Cid disse que Filipe Martins levou ao então presidente o rascunho de um decreto de lei, a chamada "minuta do golpe", que seria para implementar um estado de sítio no País. Já Braga Netto foi mencionado na delação de Cid como um possível elo entre Jair Bolsonaro e os acampamentos golpistas, então instalados na frente de quartéis do Exército por todo o Brasil.

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Filipe Martins, Jair Bolsonaro e a minuta golpista

Mauro Cid disse à PF que Filipe Martins entregou nas mãos de Bolsonaro uma "minuta de golpe de Estado". O objetivo seria obstruir o resultado eleitoral desfavorável ao mandatário. Segundo o depoimento, tratava-se de um rascunho de um decreto que permitiria ao então presidente prender adversários e convocar novas eleições.

Martins era assessor especial de Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro. Ao fim da gestão, deixou o Brasil. Com a minuta, diz Cid, o ex-presidente teve a iniciativa de levar o documento à alta cúpula das Forças Armadas e discutiu com os comandantes a aplicação do plano.

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O tenente-coronel disse aos investigadores que a única adesão à proposta golpista veio do então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos. Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército, repudiou o movimento, assim como o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.

A PF acredita que Bolsonaro teve participação direta na edição da "minuta golpista" que circulou entre seus aliados após o segundo turno das eleições. Conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid sugerem que Bolsonaro ajudou a redigir e editar o documento.

Braga Netto, elo com acampamentos golpistas

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Mauro Cid também afirmou na delação que o general Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa durante a gestão de Jair Bolsonaro, costumava atualizar o então presidente sobre o andamento das manifestações golpistas que se instalaram em frente aos quartéis do País após a eleição de 2022.

Segundo Cid, Braga Netto, que foi o companheiro da chapa de Bolsonaro à reeleição naquele ano, fazia um elo entre o mandatário e os acampamentos.

Adulteração no cartão de vacinas

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva, também foi preso nesta manhã. Preso pela Operação Venire, Cid admitiu que participou de um esquema de adulteração no cartão de vacinas de Jair Bolsonaro, a mando do próprio ex-presidente.

O coronel Câmara foi citado pela PF como pessoa de interesse no inquérito que apura os indícios de adulteração. Em 22 de dezembro de 2022, o e-mail de Marcelo foi vinculado ao perfil do ex-presidente no aplicativo ConectSUS.

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