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MST invade Incra de AL e tenta substituir superintendente primo de Arthur Lira

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram nesta segunda-feira, 10, a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Maceió, no Alagoas, para exigir a exoneração do superintendente do ór

José Maria Tomazela (via Agência Estado)

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Escrito por José Maria Tomazela (via Agência Estado)
Publicado em 10.04.2023, 18:38:00 Editado em 10.04.2023, 18:45:36
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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram nesta segunda-feira, 10, a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Maceió, no Alagoas, para exigir a exoneração do superintendente do órgão, César Lira. Eles alegam que Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é "bolsonarista raiz" e querem em seu lugar o engenheiro José Ubiratan Rezende Santana, simpatizante do movimento. Os quatro andares do prédio foram ocupados. Os funcionários foram dispensados.

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A ação, que faz parte do "Abril Vermelho", jornada nacional do movimento, mobilizou mais de mil militantes organizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), incluindo outros grupos, como a Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e Movimento Terra Livre (MTL), entre outros. "É inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista. Por que o governo Lula mantém por tanto tempo (mais de cem dias de governo) um superintendente inimigo da reforma agrária e com um histórico de violência junto a lideranças e comunidades?", questiona nota publicada no site do MST.

Desde a retomada das invasões, em fevereiro deste ano, com a ocupação de três fazendas da Suzano, o movimento vem pressionando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais influência em órgãos ligados à questão agrária. Na época, a demora do presidente em preencher os cargos levou o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, a afirmar que a indefinição acendia "a luz amarela". Passados 100 dias do governo Lula, há superintendências do Incra com cargos de comando vagos em 17 estados.

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Além da mudança em Alagoas, o MST quer a troca no comando das superintendências de Santa Catarina, atualmente ocupada por Nilton Tadeu Garcia, e do Amapá, exercida por Fábio da Silva Muniz. Como Lira, eles foram nomeados no governo Temer e mantidos por Bolsonaro. "Desde janeiro buscamos junto ao deputado Paulo Fernandes (PT) e ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, a nomeação do servidor do Incra SR22-AL, José Ubiratan Rezende Santana, como o novo superintendente do Incra em Alagoas", diz a nota.

O texto relata que, em 26 de janeiro, enviou nota ao diretório do PT em Alagoas solicitando a "imediata exoneração" de Lira e a nomeação de Ubiratan. Correspondência com o mesmo teor foi enviada no dia 2 de fevereiro ao ministro Teixeira. A pressão continuou: "Diante da morosidade do governo Lula", segundo a nota, novo pedido foi encaminhado ao Incra no dia 29 de março. "Ocupamos e exigimos que o ministro Paulo Teixeira tome as providências administrativas, retome a pauta da reforma agrária, assuma a melhoria das estruturas das áreas reformadas e apoie a produção de alimentos sadios", acrescenta.

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