Na manhã desta sexta-feira (14), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, tem do direito de ficar em silêncio durante seu depoimento à CPI da Covid na próxima semana, por ser "réu".
“Tudo é possível acontecer na CPI. A forma como é conduzido o interrogatório, considero que o Pazuello é investigado, tem um inquérito da PF (Polícia Federal), ele não é testemunha, é réu e tem direito de ficar em silêncio”, disse Mourão.
Questionado se o recurso sinalizaria receio do governo federal com o depoimento do ex-ministro, Mourão respondeu: "Eu não vejo medo."
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou, na quinta-feira (13), com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para blindar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI da Pandemia. A ideia é que Pazuello compareça, mas possa ficar em silêncio quando questionado.
Reação do Senado
Em ofício enviado nesta sexta-feira (14) ao ministro Ricardo Lewandowski, do STF, o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que a eventual concessão de habeas corpus para o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello prejudicará os trabalhos de investigação da comissão.
No documento obtido pelo analista de política da CNN, Caio Junqueira, Calheiros diz que, por ter comandado o ministério por 10 dos 15 meses da pandemia no país, o ex-ministro da Saúde "é peça fundamental no fornecimento de informações quanto à participação de pessoas que, de algum modo, contribuíram para o colapso do sistema de saúde”.
“A ausência de seu depoimento ou sua recusa em responder às perguntas prejudicará sobremaneira a condução dos trabalhos da CPI da Pandemia”, diz o senador.
Com informações: CNN Brasil
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