O ex-ministro Sérgio Moro afirmou nesta quinta-feira, 31, que abre mão, "nesse momento", da pré-candidatura à Presidência da República. O ex-juiz deixou o Podemos, se filiou ao União Brasil e mudou domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo.
"O Brasil precisa de uma alternativa que livre o País dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única", disse Moro em nota oficial. "Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor."
Moro tem aliados no União Brasil, como os deputados Júnior Bozzella e Kim Kataguiri (SP), mas uma ala de caciques oriundos do DEM, comandada pelo secretário-geral da legenda, ACM Neto, e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não quer tê-lo como candidato a presidente. Caiado disse ao Estadão que a entrada de Moro no União Brasil foi feita sob o compromisso de ele "assumir que não será candidato a presidente e que vai disputar a eleição para deputado federal em São Paulo".
Segundo Bozzella, Moro decidiu se filiar ao União durante um jantar com Bivar na segunda-feira, 28. O ex-juiz da Lava Jato chegou a ser apresentado como pré-candidato presidencial no Podemos, mas enfrentava resistências no partido, sobretudo dos deputados federais, que resistem a ceder a quantia do fundo eleitoral para a campanha ao Palácio.
O ex-ministro se reuniu nesta tarde com representantes do União Brasil. O encontro se deu a portas fechadas em uma área reservada e coberta por cortinas no restaurante Tarsila, nos fundos do Hotel Intercontinental. O estabelecimento foi escolhido por Moro nos últimos meses para se hospedar e fazer reuniões reservadas na capital paulista.
O União Brasil, partido que foi originado da fusão do PSL com o DEM, mantém diálogos constantes com o PSDB e o MDB para tentar apresentar uma candidatura única alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Podemos
"Moro está querendo um partido com estrutura financeira, que o Podemos não tem. O Podemos tem uma coisa melhor que estrutura financeira, tem credibilidade, tem um Álvaro Dias no quadro como líder", afirmou o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), que informou que o ex-ministro comunicou a decisão hoje pela manhã à presidente do partido, Renata Abreu.
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