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Ministros de Lula desdenham de CPI do MST

A Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada em São Paulo nos últimos dias, expôs a proximidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com o Movimento dos Sem Terra (MST) às vésperas da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmar

Cícero Cotrim e Isabella Alonso Panho (via Agência Estado)

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Escrito por Cícero Cotrim e Isabella Alonso Panho (via Agência Estado)
Publicado em 15.05.2023, 07:50:00 Editado em 15.05.2023, 07:55:49
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A Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada em São Paulo nos últimos dias, expôs a proximidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com o Movimento dos Sem Terra (MST) às vésperas da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara que vai investigar as ações do grupo. A presença de ministros e do vice-presidente Geraldo Alckmin no evento incomodou representantes ruralistas no Congresso. Auxiliares de Lula, por sua vez, aproveitaram o ambiente festivo da feira para desdenhar das intenções da oposição na CPI.

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Neste domingo, 14, no encerramento do evento, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que a comissão vai se voltar contra a oposição. "Aqueles que imaginam que essa CPI vai ser um espaço para atingir o MST vão dar um tiro no pé", disse Pimenta.

No sábado, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ironizou a CPI ao afirmar que os deputados vão encontrar "coisas gravíssimas" como suco de uva produzido sem trabalho escravo - numa referência a denúncias de atividades análogas à escravidão em vinícolas gaúchas.

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Além de Pimenta, visitaram neste domingo a feira os também ministros petistas Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego). Eles defenderam a parceria entre o Executivo e movimentos sociais.

'Fome'

Marinho afirmou que o governo "fará a diferença para acabar com a fome", mas apenas em parceria com movimentos sociais. Pimenta foi além e disse que a aliança do governo com esses grupos - e, sobretudo, com o MST - é decisiva para enfrentar a fome e garantir a criação de programas sociais.

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No sábado, recepcionado aos gritos de "guerreiro do povo brasileiro" por um militante, Alckmin disse que o trabalho do Legislativo não é "policialesco" após ser questionado sobre a CPI. "Já existem muitos órgãos de fiscalização", afirmou o vice.

A bancada do agronegócio no Congresso acumula uma série de desentendimentos com o governo, após invasões promovidas pelo MST - incluindo áreas produtivas -, críticas à Agrishow, a maior feira do setor no País, e discursos do próprio presidente.

Na última quinta-feira, Lula fez menção à Agrishow e disse que "alguns fascistas de São Paulo" não quiseram a presença do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no evento. Além disso, Alckmin também foi convidado para um almoço promovido pela bancada ruralista, que ficou incomodada com sua presença do vice na feira do MST.

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Nesse clima de tensão crescente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vai determinar a instalação da CPI após a indicação pelos partidos dos nomes que vão integrar a comissão. O deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), é cotado para ser o relator da CPI.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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