O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que a regulação das redes sociais torna-se um "imperativo civilizatório" após a morte de uma jovem por ataques nas redes sociais na semana passada. Segundo ele, apesar de tais tragédias envolverem questões de saúde mental, há também natureza política.
"A regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento", escreveu o ministro, em publicação no X - antigo Twitter, no sábado, 23.
Jéssica Canedo, uma jovem de 22, morreu após ter sido apontada como suposta "affair" do humorista Whindersson Nunes. Em nota, a família confirmou a morte na sexta-feira, 22, após Jéssica não ter resistido à depressão e ao ódio disseminado nas redes.
"Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem - e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais - de que tenho notícia. Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção, questões de natureza política", comentou o ministro.
Na postagem, Silvio Almeida citou "irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais" diante de conteúdos criminosos propagados pelos usuários. Em sua visão, tais conteúdos têm "destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável".
O pedido pela regulamentação das redes sociais ocorre dias depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, terem feito comentário semelhante.
Após ter sido vítima de ataque hacker na semana passada, Janja também falou sobre a importância do debate de monetização nas redes. "A gente precisa não só da regularização das redes, mas a gente precisa discutir a monetização das redes", afirmou na terça-feira, 19, no programa Conversa com o Presidente.
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