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Ministro da Justiça está no centro da crise da Educação

A suspeita de que o presidente Jair Bolsonaro vazou a operação Acesso Pago da Polícia Federal (PF) ao alvo principal, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, atingiu por tabela um de seus mais fiéis colaboradores. O ministro Anderson Torres, da Justiça

Felipe Frazão e Julia Affonso (via Agência Estado)

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Escrito por Felipe Frazão e Julia Affonso (via Agência Estado)
Publicado em 28.06.2022, 17:05:00 Editado em 28.06.2022, 17:10:53
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A suspeita de que o presidente Jair Bolsonaro vazou a operação Acesso Pago da Polícia Federal (PF) ao alvo principal, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, atingiu por tabela um de seus mais fiéis colaboradores. O ministro Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública, acompanhava o presidente em viagem no dia em que Ribeiro diz ter recebido o telefonema no qual Bolsonaro teria falado do risco de uma busca e apreensão. O ministro negou, anteontem, ter repassado informações privilegiadas da operação ao presidente.

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Anderson Torres é o superior hierárquico da PF, de onde é delegado de carreira desde 2003. Nomeado ministro por Bolsonaro em março do ano passado, passou a exercer a função de elo político entre o Palácio do Planalto e a corporação. O atual diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, é pessoa de confiança dele.

A postura de Torres, no entanto, tem sido alvo de questionamentos nos demais Poderes. Ele não tem interlocução azeitada com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), algo comum a ministros da Justiça de governos anteriores. A falta de trânsito já foi confidenciada ao próprio Torres por ministros da Corte.

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Seus antecessores atuavam como conselheiros do presidente e influenciavam nas escolhas para cargos da cúpula do Judiciário, mas Torres esteve mais alheio às últimas opções de Bolsonaro.

O ministro tem trajetória restrita à atividade policial, e perfil político. Era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal quando foi indicado ao Planalto pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Também foi, por oito anos, assessor do ex-deputado Fernando Francischini - cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por divulgar fake news sobre a eleição de 2018 - e integrou a direção da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF). Nessa época, ganhou trânsito com parlamentares da bancada da bala e com a família Bolsonaro.

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No ano passado, o próprio ministro virou alvo do inquérito das fake news por causa de ataques às urnas eletrônicas, e ao mover o aparato da PF para dar vazão às suspeitas do presidente contra o sistema de votação, que pretende auditar. No início da semana passada, Torres enviou um ofício ao presidente do TSE, Edson Fachin, e informou que a PF poderia usar programas próprios para fiscalizar as urnas eletrônicas. O documento foi visto como uma nova tentativa de controlar as eleições.

Até março, Torres tinha pretensões eleitorais. No ano passado, filiou-se ao PSL, hoje parte do União Brasil, com intenção de disputar uma vaga ao Senado. Desistiu por causa da concorrência com aliados da base do presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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