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Mesmo citado por hacker em CPMI, marqueteiro de Ricardo Nunes não será afastado

A cúpula da campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), à reeleição decidiu manter o marqueteiro Duda Lima no staff mesmo após ele ter sido acusado pelo hacker Walter Delgatti Neto de participar de um plano para atacar as urnas eletrônicas.

Ricardo Corrêa (via Agência Estado)

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Escrito por Ricardo Corrêa (via Agência Estado)
Publicado em 18.08.2023, 17:03:00 Editado em 18.08.2023, 17:07:42
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A cúpula da campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), à reeleição decidiu manter o marqueteiro Duda Lima no staff mesmo após ele ter sido acusado pelo hacker Walter Delgatti Neto de participar de um plano para atacar as urnas eletrônicas. Durante depoimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPIMI) do 8 de Janeiro, Delgatti afirmou que partiu de Duda a ideia para ele participar de uma campanha mostrando possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas. De acordo com Delgatti, o marqueteiro, que atuava na campanha do então presidente Jair Bolsonaro (PL), teria participado, em 9 de agosto do ano passado, de uma reunião com ele, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP) na sede do partido em Brasília. Nessa conversa, ele diz, Duda tentou convencê-lo a atuar na campanha para descredibilizar as urnas eletrônicas. "O Duda, que é o marqueteiro, inicialmente disse que o ideal seria eu participar de uma entrevista com a esquerda e, de forma espontânea, falar sobre as urnas. Essa era a ideia inicial. Falar da fragilidade das urnas", afirmou Delgatti, dizendo que a ideia inicial não vingou em razão de ter vazado na imprensa. Um segundo plano pensado seria a criação de um vídeo com um código falso para simular que a urna passava votos de Bolsonaro para Lula. "A segunda ideia era, no 7 de Setembro, eles pegarem uma urna emprestada da OAB, acredito, e que eu pegasse um aplicativo meu lá e mostrasse à população que é possível apertar um voto e sair outro. O código-fonte da urna, eu faria um meu, não o do TSE, só mostrando. A população, vendo que é possível apertar um voto e imprimir outro. Seria essa a ideia", afirmou. Após as declarações, Duda Lima divulgou uma nota para negar que tenha participado da reunião e disse ter apenas se encontrado com Delgatti na escada do partido, sem saber quem era ele. "Se eu tiver um sósia, preciso conhecer. Nunca participei de reunião com Carla Zambelli e esse rapaz, nem com Valdemar. Encontrei com esse rapaz na escada do partido, não sabia quem ele era e nem quem estava com ele. Carla Zambelli não estava e nem Valdemar (Costa Neto, presidente do partido) quando ele me disse quem ele era. Desconversei, "pulei fora" e segui com minhas atividades", afirmou Duda Lima. Segundo ele, a versão do hacker seria inverossímil. "O rapaz disse que eu teria pedido pra ele fazer uma apresentação no desfile de 7 de Setembro. Pensa comigo: ele iria no carro do presidente com a primeira-dama?????? Que ideia ridícula! Poderia ao menos respeitar minha inteligência", ironizou, dizendo-se "indignado". Entre as versões de Delgatti e de Duda Lima, por enquanto o entorno de Ricardo Nunes prefere dar crédito ao marqueteiro. A avaliação de pessoas próximas à campanha à reeleição é de que Duda não faria o que Delgatti está sugerindo. Contudo, eles vão aguardar o desenrolar da situação. Como a campanha formal só se dará em meados do ano que vem, até lá será possível medir a temperatura do episódio para uma eventual nova decisão no futuro. Se novos fatos forem revelados ou a exposição do nome de Duda Lima se ampliar, o cenário pode mudar, mas, por enquanto, ele segue na função. Duda chegou na campanha de Nunes indicado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com a missão de tornar o prefeito mais conhecido. Ele também trabalha para o partido de Jair Bolsonaro.

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