O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, defendeu hoje, 26, o incremento do que define como Complexo Industrial de Defesa. Para Mercadante, o cenário macroeconômico mais favorável já permitiria ao País discutir uma política industrial com medidas para fomentar a indústria nacional. Ele falou na abertura do seminário "4ª Revolução Industrial - Desafios para defesa, segurança e desenvolvimento nacional", organizado nesta terça-feira, 26, na sede do Banco, no Rio de Janeiro. "Há um ambiente macro muito mais favorável. Temos cenário para discutir não só o Novo PAC, a Transição Ecológica, mas também para discutir uma nova política industrial. São seis grandes diretrizes e uma delas é o Complexo Industrial da Defesa", disse Mercadante. Ele atribuiu a melhora do cenário macroeconômico à volta de acúmulo de reservas cambiais; à aprovação do arcabouço fiscal e sua sustentação à trajetória da dívida pública; o avanço da reforma tributária no Congresso; e a queda "ainda que tardia" da taxa de juros. Segundo Mercadante, o Brasil não tem condições fiscais para fazer uma política industrial à altura da que vem sendo realizada por Estados Unidos e Europa, mas ainda tem espaço para ampliar o apoio à indústria, por exemplo, via instrumentos como reserva do mercado de compras do Estado, caso da Defesa e da Saúde, via Sistema Único de Saúde. Da parte do Banco para o incremento da indústria nacional, ele citou a ampliação do projeto Brasil Mais Produtivo, com crédito não reembolsável para mais de 200 mil pequenas e médias empresas fazerem sua "transição digital", entre estas estariam empresas relacionadas ao complexo industrial da defesa. Outras frentes mencionadas foram o acompanhamento do Banco ao desenvolvimento do segmento de geração de energia eólica offshore junto à Petrobras, além do financiamento à retomada da indústria naval.
Mercadante destacou que o Brasil tem liderança no Sul Global, presença no Brics, além de ser um dos únicos países com ampla entrada diplomática na Organização das Nações Unidas (ONU). Para manter esse status neutro, sugeriu, é necessária a manutenção de uma política de defesa forte. "Somos uma nação que não vai se submeter nem hostilizar. Para manter essa neutralidade é importante ter Forças Armadas. Ter política de Defesa forte e presença militar relevante evita constrangimentos e permite que possamos avançar numa política de paz e na diplomacia", defendeu. Ele ainda assinalou as interações entre Defesa militar e geração de tecnologias aproveitadas pelos mercados civis, oferecendo como exemplo o caso do desenvolvimento da Embraer com apoio do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), da Aeronáutica.
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