O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse que o País e as Forças Armadas sairão mais fortes após os ataques antidemocráticos à sede dos três Poderes, em 8 de janeiro.
A afirmação passaria batida se não tivesse sido feita a uma plateia com centenas de militares presentes no seminário "4ª Revolução Industrial - Desafios para defesa, segurança e desenvolvimento nacional", organizado nesta terça-feira, 26, na sede do Banco, no Rio de Janeiro.
Logo no início do discurso de abertura, na presença do ministro da Defesa José Múcio Monteiro e de oficiais das três forças, Mercadante disse que a política de defesa do País não deve ser analisada de forma "estanque e isolada" por ter interações civis e relação com a preservação da democracia.
"Defender um país é defender o estado democrático de direito. Precisamos superar esta etapa que estamos vivendo. O que aconteceu foi muito grave. Tentar explodir um caminhão de querosene nas proximidades de um aeroporto e tentar invadir os palácios da sede da República. Os envolvidos têm de ser punidos com vigor", disse Mercadante.
Um dos caciques do PT, Mercadante disse, ainda, que a lei deve ser aplicada com rigor, mas respeitando o amplo direito de defesa. Em seguida, porém, fez questão de descolar as Forças Armadas dos acontecimentos em questão.
"É preciso acabar com a suspeição. Não houve nenhum tipo de tiro de guerra que acabasse com a disciplina (das Forças Armadas). O País, democracia e Forças Armadas sairão mais fortes desse episódio", afirmou.
Depois, Mercadante fez longo discurso de apoio ao que define como "Complexo Industrial da Defesa", com mais investimento do Estado e acesso a crédito privado para desenvolver um setor que, segundo ele, representa 4% do PIB do Brasil.
O 8 de janeiro e suas repercussões, entre elas a CPI, são ponto de fricção entre representantes do governo federal e das Forças Armadas, que tiveram ou terão membros convocados a dar depoimento.
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