Um dia depois de ser alvo de uma operação da Polícia Federal que vasculhou seu gabinete, derrubou suas redes sociais e apreendeu seu telefone celular, o senador capixaba Marcos do Val (Podemos-ES) manteve a festa de aniversário marcada para esta sexta-feira, 16, em Vitória. O evento terá o lançamento de um livro sobre os seus quatro primeiros anos de mandato e um pronunciamento sobre a operação, sem perguntas da imprensa e sem transmissão ao vivo.
O parlamentar é investigado pelo Supremo por causa de declarações feita em fevereiro deste ano sobre uma suposta trama golpista da qual teria feito parte. Ele disse à imprensa que foi chamado para participar de uma reunião com Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira, no intuito de planejar atos antidemocráticos, e que o ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Alexandre de Moraes teria o aconselhado a ir para coletar informações.
O convite da festa de aniversário de Marcos do Val, que contém o timbre do Senado Federal, diz que o evento terá o "lançamento do livro que registra a sua trajetória e os quatro primeiros anos de mandato" na Casa.
Na noite de quinta, o senador fez seu primeiro pronunciamento à imprensa. Em entrevista à GloboNews, ele disse que a operação feita em seu gabinete e em dois endereços seus no Espírito Santo é uma tentativa de intimidação. Do Val desafiou Moraes, falando que ele deveria ser investigado, e admitiu ter mentido. Ele disse que a versão verdadeira sobre os fatos foi relatada à Polícia Federal. "O que foi dito para a imprensa não era nada oficial. Eu usei a estratégia da persuasão", disse o senador.
A reportagem questionou a assessoria do senador a respeito do evento desta sexta, mas ele respondeu que não comentará o caso.
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