MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

Manifesto que reúne Marcelo Rubens Paiva e Serafim Jardim pressiona por abertura do caso JK

Um grupo de 75 pessoas ligadas à defesa dos direitos humanos assina um manifesto enviado nesta quinta-feira, 27, para pedir ao governo federal a reabertura das investigações sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Entre elas estão o escritor

Raisa Toledo (via Agência Estado)

·
Escrito por Raisa Toledo (via Agência Estado)
Publicado em 27.03.2025, 22:26:00 Editado em 27.03.2025, 22:32:43
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Um grupo de 75 pessoas ligadas à defesa dos direitos humanos assina um manifesto enviado nesta quinta-feira, 27, para pedir ao governo federal a reabertura das investigações sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Entre elas estão o escritor Marcelo Rubens Paiva e Serafim Jardim, amigo pessoal de JK e fundador do museu Casa do Juscelino, em Diamantina (MG).

continua após publicidade

A peça foi enviada para a Presidência da República, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (Cemdp), ligada à pasta. Fazem parte dos signatários juristas, historiadores, ex-integrantes de comissões da verdade estaduais e municipais, familiares de vítimas da ditadura.

O pedido é fundamentado em indícios que questionam o caráter acidental da colisão automobilística que vitimou Juscelino e seu motorista, Geraldo Ribeiro. "Pairam incertezas fundamentadas acerca dos acontecimentos que levaram à morte de JK. A sociedade brasileira não pode continuar convivendo com dúvidas sobre a causa da morte violenta de um ex-presidente da República, político popular cassado arbitrariamente pela ditadura", diz o documento.

continua após publicidade

A iniciativa foi encabeçada por Gilberto Natalini, que presidiu a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog entre 2013 e 2014; Adriano Diogo, que foi presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo pelo mesmo período; e Robson Sávio Reis Souza, coordenador da Comissão da Verdade em Minas Gerais entre 2016 e 2018.

Em fevereiro, a Cemdp realizou uma reunião ordinária em que decidiu que iria dialogar com os familiares das vítimas sobre a possível reabertura. De acordo com comunicado, o pedido para reanálise do caso foi protocolado por solicitação encaminhada por Natalini e pelo jornalista Ivo Patarra, que também assina o manifesto enviado na quinta-feira. Foi o terceiro encontro desde a reinstalação da Cemdp, descontinuada no governo de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com Maria Cecília Adão, uma das relatoras do pedido na comissão, a expectativa é de apresentar em uma próxima reunião ordinária um cronograma de trabalho. O plano deve conter prazos para a análise da extensa documentação sobre o caso e para consulta a especialistas.

continua após publicidade

Trata-se no momento de analisar o que embasou o pedido de reabertura para que, posteriormente, decida-se ou não pela reabertura. O próximo compromisso da equipe está previsto para ocorrer em 16 de maio em Porto Alegre (RS). A data ainda será confirmada.

Relatório produzido pela Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, de São Paulo, em 2014, reúne indícios de que a morte do ex-presidente e seu motorista, Geraldo Ribeiro, não teria sido acidental. Ele embasou um inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF) de 2021.

A apuração do MPF rejeitou a hipótese de que uma colisão entre um ônibus e o Opala, onde estava JK, teria causado o acidente, mas atestou que é "impossível afirmar ou descartar" a hipótese de um atentado político que explicaria a perda do controle do automóvel.

continua após publicidade

As causas do acidente são consideradas controversas e a maioria das investigações busca apontar o motivo pelo qual Geraldo teria perdido o controle do carro. Os dois morreram depois que o veículo, que trafegava pela via Dutra, atravessou o canteiro central, invadiu a pista oposta da rodovia e colidiu com um caminhão carregado com 30 toneladas de gesso.

Segundo Natalini, reexaminar as circunstâncias da morte de Juscelino é importante para a história do País. "A história do JK mexe com muita gente, de direita e de esquerda. Ele tinha admiradores em todos os lados, era um democrata", diz.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "Manifesto que reúne Marcelo Rubens Paiva e Serafim Jardim pressiona por abertura do caso JK"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!