A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, foi invadida na tarde desta segunda-feira, 3, por manifestantes contrários a um projeto que seria votado no plenário da Casa. A sessão foi suspensa pelo presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), logo após a confusão. Uma nova sessão, desta vez remota, foi marcada para discutir o projeto, que prevê a terceirização da gestão de escolas públicas no Paraná.
Vídeos divulgados nas redes sociais, mostram os manifestantes forçando a porta de vidro do prédio, que estava fechada. Seguranças tentam impedir a entrada, até a vidraça se estilhaçar e haver correria para dentro da Casa. Outras imagens mostram manifestantes entrando pelo portão externo da Alep, enquanto policiais militares, em quantidade inferior a de manifestantes, assistem à cena.
Bombas de gás foram utilizadas durante a confusão para tentar impedir os manifestantes de forçarem a entrada, segundo a Alep. A assembleia não soube informar se houve feridos.
Sob gritos de "ladrão" vindos da galeria do plenário, Traiano suspendeu a sessão temporariamente. O projeto tramita em regime de urgência e deve ser votado ainda nesta terça pelos deputados paranaenses, antes de voltar para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que avaliará as emendas propostas. Segundo a Alep, o espaço que comporta os cidadãos que querem assistir às sessões plenárias já estava com a capacidade máxima, de 300 pessoas, por isso o restante dos manifestantes estava fora da Assembleia.
Nas redes sociais, o deputado Mário Frias (PL-SP) qualificou o ato como "terrorista" e questionou se haverá punição para os manifestantes.
O deputado federal cassado e ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Novo), também se manifestou. O paranaense disse que a "baderna e quebradeira" foram causados pela "extrema-esquerda" e questionou: "Eles também serão punidos com o mesmo rigor que os manifestantes do 8 de janeiro?", que invadiram as sedes dos Três Poderes por não aceitarem o resultado das eleições presidenciais de 2022.
O projeto de lei em questão foi proposto pelo Poder Executivo do Paraná e cria o "Programa Parceiro da Escola", que trata da gestão administrativa e de infraestrutura das escolas em parceria com empresas privadas.
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