O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou a atenção dos apoiadores e militantes presentes no lançamento do novo PAC no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira, 11, e voltou a defender o governador Cláudio Castro (União-RJ) em mais um dia de vaias e xingamentos contra o chefe do Executivo fluminense em atos públicos organizados pelo governo federal no Estado: "Eu ficaria constrangido". "O governador do Rio de Janeiro não está aqui porque ele quer estar aqui. Nós o convidamos para vir aqui. Eu me sentiria muito deprimido se eu fosse em um ato em Goiás, convidado pelo Caiado (governador de Goiás), e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido. Não é o governador ou deputado que está aqui. É a instituição do Estado", afirmou Lula em um discurso voltado ao governador do Rio de Janeiro. Na quinta-feira, 10, Lula deu um "sermão" em Castro após a morte de um jovem da Cidade de Deus em uma operação da Polícia Militar do Rio. O "puxão de orelha" foi visto como um ato de "indelicadeza" por aliados do governador fluminense, mas foi contornado em um jantar, horas depois, organizado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). Castro sentiu o "golpe". Ele era aguardado para a uma segunda agenda de Lula no Rio, durante a tarde, mas preferiu não comparecer. As críticas e o clima hostil da primeira cerimônia fez com que ele mudasse os planos. Castro chegou a desistir de um segundo encontro com Lula, ontem, pelo receio de novos ataques, mas foi convencido a comparecer ao ato desta sexta. Nesta sexta, o governador voltou a ser vaiado ao ser cumprimentado por Paes e pelo ministro Rui Costa (Casa Civil) na abertura da cerimônia do PAC. Apoiadores do presidente Lula presentes na plateia vaiaram Castro e foi possível ouvir gritos de "bandido" e "genocida". Incomodado com as hostilidades aos convidados, Lula chamou a atenção dos apoiadores.
O petista citou a relação institucional que mantém com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), como exemplo a ser seguido: "É nosso adversário desde a fundação do PT e vai continuar sendo". "As vezes, eu e Dilma, que já fomos presidentes, ficamos muito incomodados porque as pessoas são nossos convidados. Vamos pegar como exemplo o Arthur Lira que está aqui. Ele é nosso adversário desde que o PT foi fundado, e vai continuar sendo adversário. Temos momentos de campanha, em que vamos nos xingar e falar mal um do outro, mas quando termina a eleição, que cada um assume o seu posto, ele não está aqui como o Arthur Lira, ele está aqui como a instituição", afirmou.
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