O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na manhã desta quinta-feira, 23, no Complexo Naval de Itaguaí, litoral sul do Rio de Janeiro, para visitar o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), projeto de responsabilidade da Marinha criado em 2008 por meio de uma parceria firmada entre o Brasil e a França.
Desenvolvido para a construção das embarcações, o Prosub utiliza da transferência de tecnologia entre os países para o desenvolvimento de quatro submarinos convencionais da classe da embarcação francesa Scorpéne, e a fabricação do primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear, com conclusão prevista para 2029 e lançamento para 2033.
Até 2020, o projeto nuclear já tinha custado R$ 35 bilhões aos cofres públicos. Em janeiro deste ano, durante reunião com os comandantes das três Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, Lula recebeu projetos estratégicos de interesse dos militares que demandam cerca de R$ 6,3 bilhões em investimentos extras do governo federal. Para o projeto do submarino nuclear, a Marinha precisa de mais R$ 2,1 bilhões.
Entre as embarcações previstas no projeto, dois submarinos já foram lançados ao mar. O lançamento do S-40 Riachuelo aconteceu na gestão Temer, em dezembro de 2018. Na época, compareceram ao evento o então presidente eleito Jair Bolsonaro e outras autoridades dos três poderes.
O submarino possui 75 metros, pesa 2.200 toneladas e tem grande poder de fogo. Segundo a Marinha, o S-40 Riachuelo realizou com êxito os primeiros testes de provação em alto mar, já em agosto de 2020.
Em dezembro do mesmo ano, na gestão de Jair Bolsonaro, foi a vez de a embarcação S-41 Humaitá ser lançada ao mar. Naquele mês, o então presidente participou da solenidade de batismo do submarino. A embarcação tem 72 metros de comprimento.
Atualmente, o Brasil possui cinco modelos de submarinos operando em alto mar: "Tupi", "Tamoio", "Timbira" e "Tapajó" e "Tikuna". Os próximos navios serão o S-42 Tonelero, previsto pela Marinha para ser lançado ainda este ano, e o S-43 Angostura, com previsão para 2024.
Caso Odebrecht
Em 2016, a Procuradoria Geral da República determinou investigações sobre um possível superfaturamento de R$ 2,8 bilhões no Prosub. A Marinha nega, e destaca que "não conhece qualquer irregularidade" nos contratos firmados com a Odebrecht Defesa e Tecnologia, parceira brasileira do Naval Group, francês. As obras são acompanhadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por peritos da Fundação Getulio Vargas (FGV).
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