Após a pane apresentada pelo avião presidencial no México no começo do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não usará o modelo para a viagem a Kazan, na Rússia, onde participará da Cúpula dos Brics entre terça e quinta da próxima semana. Para a viagem, o petista usará o KC-30, maior avião da frota da Força Aérea Brasileira (FAB).
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O Airbus A330-200, chamado pela FAB de KC-30, tem capacidade para 230 passageiros e autonomia de 12 horas de voo. Porém, o modelo não possui o mesmo conforto que o Airbus A319CJ, destacado para missões presidenciais.
A aeronave oficial da Presidência da República é dividida em três partes. A primeira, com dez poltronas, é destinada às principais autoridades a bordo. No meio, uma sala de reuniões e na parte traseira assentos para demais passageiros.
Já o KC-30, comprado ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL) por US$ 80 milhões (R$ 403,8 milhões na cotação atual), tem as configurações padrão de um avião de linha aérea regular, com as classes executiva e econômica, além de um espaço específico para a primeira classe.
Esse é o mesmo modelo empregado nas missões de repatriação no Líbano e nos resgates de cidadãos brasileiros em Israel, em 2023.
O avião presidencial, comprado em 2004, ainda no primeiro governo de Lula, está chegando a metade de seu ciclo de vida e terá que passar por um processo de reformulação ou trocado. A segunda opção é defendida pelo presidente e pelo comandante da FAB, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno.
"Pessoalmente eu defendo a compra de uma nova aeronave. Esse avião completa 20 anos em 5 de janeiro. O avião é seguro, mas além disso ele tem autonomia que nos atende em parte. Acho que um País como o nosso, uma potência mundial, entre as dez maiores economia do mundo deve ter um avião maior, que tenha mais autonomia e mais espaço para levar o mandatário do país", disse o militar.
Como antecipou a Coluna do Estadão, Lula acha o atual modelo "antiquado" e voltou a considerar sua substituição. Segundo a Coluna, desde o primeiro ano deste governo, o presidente Lula manifestou intenção de substituir o Airbus A319 pelo Airbus A330.
A ideia de Lula era dispor de mais espaço, maior conforto e de uma ala expandida para convidados e equipe de apoio. Suíte com cama de casal e banheiro com chuveiro, um gabinete de trabalho privativo, uma sala de reuniões e cerca de 100 poltronas semileito também estavam nas demandas do presidente.
Mas a ideia esbarrou em duas dificuldades: a Força Aérea precisa da aeronave para missões de reabastecimento em voo dos seus caças, para deslocamento rápido de pessoal e para missões de socorro aeromédico. Além disso, o custo da conversão do Airbus para o arranjo executivo é alto.
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