O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não viajará a Buenos Aires, capital da Argentina, para a posse do presidente eleito do país, Javier Milei, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. A cerimônia de posse será do próximo domingo, dia 10. O convite ao petista foi feito no último dia 26, quando a futura chanceler Diana Mondino, designada por Milei, se reuniu em Brasília com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Segundo informações do Planalto, Mauro Vieira representará o Brasil na solenidade. O convite ao presidente foi realizado por meio de uma carta assinada por Milei, na qual ele diz desejar que seu tempo em comum com o petista no poder "seja uma etapa de trabalho frutífero e construção de laços" entre os dois países. A mensagem sinalizou uma mudança de tom após críticas duras de Milei a Lula durante a campanha presidencial. O argentino já chamou o petista de "corrupto" e "comunista". Questionado em entrevista ainda enquanto candidato, respondeu que não se encontraria com o petista caso fosse eleito. O PT, partido de Lula, apoiou a candidatura do rival de Milei, Sergio Massa, derrotado nas urnas. A cerimônia deve reunir as principais lideranças da direita latino-americana, que pretendem usar a ocasião como demonstração de força. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que recebeu uma ligação do próprio Milei no dia 20, após o resultado das eleições argentinas, com o convite para a posse. Bolsonaro informou que levará o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na comitiva que o acompanhará à Argentina.
Essa não será a primeira ocasião em que um presidente do Brasil não comparece à posse do novo comandante do país vizinho. Em 2019, o então presidente Bolsonaro não esteve presente na posse de Alberto Fernández, sendo representado pelo então vice-presidente Hamilton Mourão. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também faltou a cerimônias de posse em duas ocasiões, quando os presidentes argentinos foram eleitos pelo Congresso. Uma em 2001, na eleição de Adolfo Rodríguez Saá, e outra no ano seguinte, em 2002, quando Eduardo Duhalde foi eleito.
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