O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter recorrido "humildemente" ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para selar a parceria entre o governo federal e a gestão estadual na construção do túnel Santos-Guarujá. De acordo com Lula, como presidente da República, ele não tem "direito de escolher inimigos".
"Esse túnel é necessário e ele fica muito caro, seja para São Paulo ou para o governo federal, de fazer sozinho. Então, com muita humildade, São Paulo já tinha projeto, Meio Ambiente já tinha aprovado, então a gente não poderia ficar com a ideia que o governo federal deveria fazer e São Paulo ficar fora", declarou o presidente em cerimônia em comemoração aos 132 anos do Porto de Santos e Anúncio de Investimentos no Túnel Submerso Santos-Guarujá nesta sexta-feira, 2. Diante disso, o chefe do Executivo pediu ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, para chamar o governador e fechar a parceria.
"O presidente da República não pode gostar de um Estado e não gostar de outro", disse Lula. "Digo a partidos que, se a gente quiser ter divergências, esperem as eleições. Nas eleições, você diz o que quer", comentou.
Na fala, Lula reiterou não ter "direito" de escolher inimigos à frente da Presidência. "Tenho que dedicar o que tiver de tempo, de saúde e inteligência para melhorar vida do povo pobre", disse. "Vim anunciar ao Tarcísio que estamos juntos. Em quem ele vai votar é problema dele, em quem eu vou votar é problema meu, mas estamos juntos com o compromisso de servir o povo desse Estado e o povo brasileiro", afirmou.
O petista comentou que o governador trabalhou no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o Brasil não pode jogar fora o século 21 por divergências políticas.
Transição energética
No discurso, Lula também voltou a destacar o foco do Brasil na transição energética, dizendo que ninguém compete com o País em energia renovável. Ao falar sobre gastos, Lula disse que "previsibilidade é o que queremos neste País" e rechaçou a ideia que o dinheiro para educação é gasto, mas sim investimento. "Tenho mais três anos de mandato, o País vai crescer mais e vamos aumentar salários."
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