O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma mea-culpa pela rejeição do advogado Igor Albuquerque Roque para comandar a Defensoria Pública da União (DPU) no Senado nesta semana. O presidente afirmou que "possivelmente" tem culpa por ter sido submetido a duas cirurgias e ficado ausente do debate nacional.
"O fato de eles não terem aprovado o Igor para a Defensoria Pública, possivelmente eu tenho culpa porque estava hospitalizado, não pude conversar com ninguém a respeito dele, não pude sequer avaliar se ele fosse ser votado ou não", declarou o chefe do Executivo, em café da manhã oferecido a jornalistas nesta sexta-feira, 27. "Lamento profundamente."
Lula disse não saber com quantos senadores ou líderes que Roque conversou, mas lamentou não ter conseguido falar com nenhum senador a respeito da indicação. A previsão, em sua visão, é que fosse uma votação tranquila, mas não foi o que aconteceu. "Vamos ter que ter mais cuidado ao conversar com quem vota."
O petista afirmou que não é papel do Congresso Nacional dizer "amém" ao Executivo e que negociações com os partidos políticos fazem parte da democracia. Lula voltou a pontuar que o Congresso é conservador, mas que ele representa o voto da população. Segundo ele, será preciso então mudar a cara do Parlamento nas próximas eleições.
"Eu acho que é importante que o Parlamento se autorrespeite, que o Parlamento queira fazer as coisas e que a gente tenha capacidade de, nessa intervenção na relação com o Parlamento, convencer aquilo que é importante para o Executivo e aquilo que é importante para o Parlamento", disse. "Eu não vejo nisso nenhum problema. Vejo nisso uma coisa própria da democracia, num país democrático."
Em meio às críticas que o governo recebeu por anunciar políticos do Centrão nos ministérios, Lula voltou a negar que tenha negociado com o bloco. "Fiz negociação com partidos políticos", pontuou. Segundo ele, é direito do PP e do Republicanos exigir espaço na gestão.
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