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Lula diz que, se for provada conluio, não há 'clima' para Moretti permanecer na Abin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, se for provado o conluio com investigados da Polícia Federal, não haverá "clima" para manter Alessandro Moretti, número dois da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no órgão. Questionado se tem seg

Sofia Aguiar (via Agência Estado)

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Escrito por Sofia Aguiar (via Agência Estado)
Publicado em 30.01.2024, 10:03:00 Editado em 30.01.2024, 10:08:29
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, se for provado o conluio com investigados da Polícia Federal, não haverá "clima" para manter Alessandro Moretti, número dois da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no órgão. Questionado se tem segurança na Abin de hoje, Lula disse que "a gente nunca está seguro".

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Em entrevista àRádio CBN Pernambuco, nesta terça-feira, 30, o presidente ressaltou a confiança que tem no diretor-geral da Agência Nacional de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa. "O companheiro que indiquei para ser diretor-geral da Abin é o que foi meu diretor da Polícia Federal entre 2007 e 2010. É uma pessoa que tenho muita confiança, e por isso eu chamei, já que não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele", disse.

Sem citar nominalmente Moretti, o chefe do Executivo disse que, dentro da equipe de Corrêa, "tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que é o que mantinha relação com o Alexandre Ramagem ex-diretor da Abin". "Inclusive, a relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, e isso está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na Polícia", declarou.

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Na semana passada, a Polícia Federal abriu uma operação que investiga espionagens ilegais na Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os agentes foram às ruas cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, dentre eles o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Nesta segunda-feira, 29, um dos alvos foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Bolsonaro.

Também nesta segunda, o ex-presidente acusou o governo Lula e o ministro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de perseguição na investigação. Para o petista, contudo, isso é uma "grande asneira". "O governo brasileiro não manda na Polícia Federal, muito menos manda na Justiça. Ou seja, você tem um processo de investigação, você tem decisão de um ministro da Suprema Corte que mandou fazer busca e apreensão sob suspeita de utilização com má fé pela Abin, dos quais o delegado que era responsável era ligado à família Bolsonaro e a Polícia Federal foi cumprir um mandato da Justiça", declarou.

"Não vejo nenhum problema anormal se é uma decisão judicial", acrescentou o presidente. Na fala, Lula disse que "quem não deve, não teme" e acusou Bolsonaro de tentar intervir na Polícia Federal durante seu mandato. "O cidadão que está acusando, ele foi presidente da República, ele lidou com a Polícia Federal, ele tentou mandar na Polícia Federal, ele tentava trocar superintendente a bel prazer, sem nenhum respeito ao que pensava o próprio diretor-geral da Polícia Federal e o ministro da Justiça."

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"Eu acho que tem que funcionar as coisas de acordo com os interesses da instituição, a Polícia Federal é uma instituição muito importante para o Brasil, é chamada a polícia da inteligência, do combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, nossas fronteiras. Então, eu tenho profundo respeito, sempre tive respeito, e acho que a Polícia Federal exorbitar em fazer pirotecnias, todo mundo sabe o que eu penso, tanto Polícia Federal quanto o Ministério Público, quer investigar, investigue, mas não faça show pirotécnico, não fique divulgando nome das pessoas antes de ter prova concreta contra as pessoas", disse.

Na entrevista, Lula também defendeu que os acusados tenham o direito à presunção de inocência, "que eu não tive". "Antes de fazer simplesmente a condenação a priori, é importante que a gente investigue corretamente, que a gente apure, que garanta o direito de defesa", afirmou.

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