Em nova estratégia de campanha, o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abandonou a tática de poupar críticas aos adversários, além do presidente Jair Bolsonaro (PL), e disse que a oposição o ataca porque tem medo de que ele vença no primeiro turno. A fala foi interpretada como uma referência velada ao presidenciável Ciro Gomes (PDT), que tem reiteradamente criticado o ex-presidente.
"Além do candidato a presidente temos os candidatos da oposição. Sei que às vezes vocês ficam chateados porque a oposição nos ataca. É normal. Eles me atacam porque eles têm medo que eu ganhe no primeiro turno. A gente não tem que ter vergonha de dizer que quer ganhar no primeiro turno. Quem tem 5, 6, 7 ou 8, sonha em chegar a 40 ou 30 para ir a segundo turno? Ora, por que quem tem 45 não pode sonhar apenas com mais 5 e ganhar no primeiro turno", disse Lula aos jornalistas após reunião com a coordenação da campanha.
Lula diz estar convencido de que as eleições podem ser definidas no primeiro turno. "Se por acaso, o povo quiser segundo turno, nós vamos ganhar também no segundo turno", avaliou. Ele voltou a fazer comparações da realidade atual com o período em que esteve no comando do Executivo. "Podem ter certeza absoluta que esse povo sabe a diferença do Brasil do tempo que nós governamos para os tempos de hoje", afirmou.
Dia da Independência
Lula também disse que Bolsonaro usurpa do 7 de Setembro, data em que é comemorado o Dia da Independência do Brasil, e trata a data "como se fosse uma coisa pessoal dele". "Ele, que já disse: 'as minhas Forças Armadas', ele agora está dizendo 'a minha independência'. É triste, mas é isso", criticou Lula na entrevista aos jornalistas.
De acordo com o petista, "o 7 de Setembro é uma festa de interesse de 215 milhões de brasileiros". Bolsonaro aposta na data para reunir apoiadores e demonstrar força em um cenário de desvantagem nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto.
Lula voltou a dizer que "tem candidato que não faz comício, porque não junta gente", em referência ao presidente, mas sem mencioná-lo. "É preciso ter história, ter programa, ter compromisso para poder juntar o povo na rua e discutir com eles", afirmou.
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