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Lula chama a todos para pacificar e retomar protagonismo do Brasil

Presidente eleito diz que vai trabalhar pela retomada dos diálogos no país: “Não existem dois brasis. Somos um só povo, uma grande nação”

Da Redação

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
Icone Camera Foto por Rovena Rosa/Agência Brasil
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
Escrito por Da Redação
Publicado em 30.10.2022, 22:13:17 Editado em 30.10.2022, 22:13:10
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que conquistou o terceiro mandato com mais de 60 milhões de votos, fez um primeiro discurso após o resultado da eleição cheio de recados no sentido de pacificar o país. Lula garante que pretende governar para todos os brasileiros, independentemente de partido político, de ideologias, de religião.

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Logo após agradecer políticos que apoiaram a campanha, especialmente a partir do segundo turno, e também agradecer aos eleitores, Lula disse que está aqui para governar o país, que está num momento muito difícil. “Mas peço a ajuda de Deus e de cada brasileiro, para encontrarmos juntos uma saída de paz, para construir tudo que precisamos no Brasil”.

Assim que fez a introdução, Lula passou a ler um discurso carregado de mensagens importantes para o mundo político, para o mercado, o capital, os trabalhadores, e também aos eleitores de Bolsonaro. “Chegamos ao final de uma das mais importantes eleições da história. Que colocou frente à frente projetos opostos de pais. Hoje tem um único vencedor, o povo brasileiro. Esta não é uma vitória minha, do PT ou dos partidos que me apoiaram. É uma vitória do movimento democrático que se formou, acima dos partidos, acima dos interesses pessoais e das ideologias, para que democracia saísse vencedora”, discursou.

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Para ele, o povo deixou, de forma bem clara, “que deseja mais democracia, inclusão social, mais oportunidade para todos, com mais respeito e entendimento entre os brasileiros”. Lula afirmou que o povo mostrou, nestas eleições, que deseja mais do que o direto sagrado de escolher, “mas o de participar efetivamente nas decisões do governo”.

“Mais do que direito de protestar que está com fome, que falta teto ou perspectiva de futuro, nosso povo quer viver bem, comer bem, emprego de qualidade, salário justo, acesso a saúde, educação, politicas públicas de qualidade, liberdade regligiosa. O povo quer livros, em vez de armas, quer ir ao teatro, ter acesso a bens culturais, a cultura, que alimenta nossa alma. O povo quer ter de volta a esperança. É assim que entendo a democracia”, disse.

Lula afirmou, ainda, que a roda da economia vai voltar a girar, gerando empregos e renda, com a renegociação de dívida dos trabalhadores, com a recolocação dos pobres no orçamento, referindo-se aos programas sociais. Ele sinalizou com apoios e fomento aos pequenos produtores rurais, à agricultura familiar, aos pequenos e micro empreendedores.

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Mas também mandou mensagens claras de rumos a serem dados ao futuro governo, especialmente no combate à violência contra as mulheres e para “enfrentar sem tréguas” o racismo, o preconceito e a discriminação “para quer brancos, negros, indígenas, mulheres, tenham os mesmos direitos e oportunidades”.

O presidente eleito disse que “só assim seremos capazes de construir o Brasil de todos, igualitário, capaz de atender a necessidade de todos. “A partir de primeiro de janeiro vou governar para 215 milhões. Não existem dois brasis. Há um só povo, uma única e grande nação”, disse.

Para Lula, a hora é de “refazer os laços, que foram rompidos nos últimos anos”. Segundo ele, Brasil precisa de paz e união. “Povo não quer mais brigar, ver no outro, o inimigo. É hora de baixar armas - que jamais deveria ter sido empunhadas”, afirmou. O presidente ainda discursou que este será um desafio imenso. “Reconstruir o pais na política, economia, na gestão pública, nas relações internacionais, nos cuidados com os mais necessitados”.

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Segundo Lula, será preciso “reconstruir a alma do país, a generosidade e o respeito às diferenças, o amor ao próximo e trazer de voltar o orgulho de ser brasileiro, do verde amarelo da nossa bandeira, que não pertence a ninguém a não ser ao povo brasileiro”.

Lula reiterou que um dos mais importantes compromissos de seu governo será novamente acabar com a fome. “Não podemos aceitar como normal que milhões de pessoas não tenham o que comer ou que não comam o suficiente para as necessidades básicas diárias. Somos o terceiro maior produtor de alimentos, capazes de exportar comida para o mondo inteiro. Combater a fome é nosso compromisso número um do governo”, disse Lula, antes de afirmar também que pretende retomar programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida e os programas de inclusão social.

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O presidente eleito disse que também vai trabalhar duro para restabelecer o diálogo no pais, com a reaproximação dos poderes. “A Constituição rege nossa vida coletiva. E ninguém está acima dela e ninguém tem o direito de ignorá-la ou de açoitá-la. Vamos retomar o diálogo entre povo e governo”, discursou, ao anunciar a retomada também das conferências nacionais para discutir políticas públicas da educação, da saúde, da juventude, da moradia, cultura. “Também vamos retomar diálogo com governadores para conversar sobre prioridades em cada estado. Não interessa a qual partido pertence cada um. Vamos restabelecer o diálogo do governo com empresários e trabalhadores. Vamos trazer de volta o conselho de desenvolvimento econômico e social”.

Nessa parte do discurso, Lula deixou claro um dos mais importantes recados quanto ao estilo de governo que pretende: “As grandes decisões políticas, que impactam a vida dos 215 milhões de brasileiros, não serão tomadas em sigilo ou na calada da noite, mas em um amplo diálogo com a sociedade”, afirmou.

“Os principais problemas do Brasil, do mundo e da humanidade, podem ser resolvidos com a força do diálogo. Que ninguém duvide da força da palavra”, discursou Lula.

Sobre as políticas e relações internacionais, Lula lembrou que o que mais escutava em suas recentes viagens “era que sentiam saudade da presença do Brasil, que apoiou desenvolvimento sustentável e a parceria com países mais pobres, que trabalhou pela integração da América Latina, pela América do Sul, e pelos brics. Hoje estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que é grande demais para ser relegado a esse papel de pária que viveu recentemente. Vamos reconquistar a confiabilidade, a presibilidade e a credibilidade deste país para que investidores retomem a confiança em nosso país. Queremos comércio internacional mais justo, retomar relações com a União Europeia e com os Estados Unidos, mas em novas bases. Não queremos o papel de exportadores de commodities e de matéria prima. Vamos reindustrializar o Brasil e queremos ser exportar de conhecimento e inteligência”.

Lula ainda mandou recados internacionais sobre a questão ambiental, a preservação da Amazônia e a liderança do Brasil nesta questão.

“Vamos trabalhar sem descansar para que o amor prevaleça, que a esperança seja maior que o medo, que a verdade prevaleça sobre a mentira. Todos os dias da minha vida, me lembro do maior ensinamento de Jesus, o amor ao próximo. A mais importante virtude de um bom governante é o amor pelo país, pelo seu povo. Não nos faltará amor. Vamos cuidar com amor de nosso país e de nossa gente. Com paz, amor e esperança. Que o povo brasileiro tenha de novo direito de sonhar e oportunidades para realizar aquilo que sonhou. Convido a cada brasileiro, independente de candidato em quem votou. Vamos olhar para mais para o que nos une do que para nossas diferenças. Eu disse na campanha. Mais do que promessa de campanha, era uma profissão de fé: o Brasil tem jeito. Juntos, seremos capazes para transformar a realidade. Minha eterna gratidão ao povo brasileiro”, discursou.

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